24 de diciembre de 2023

NAPOLEÃO | Ou o Waterloo de Ridley Scott

Nem a tão comentada cena da batalha no gelo é tão boa como a batalha também no gelo de King Arthur   de Antoine Fuqua.



Preleção e Mundo Coporativo #Fluminense #Futebol

Preleção no esporte é algo bonito de se ver. Mas o patriotismo, virilidade e o espírito competitivo - não bastam para ganhar o jogo. É como se fizéssemos um plano de ação, contando apenas com a compreensão e boa vontade dos nossos clientes. Pois sem recursos, planejamento, liderança, integração entre as áreas e sem prever como o concorrente vai reagir, vai "jogar" - o sucesso, a vitória vão ficar apenas no discurso. hashtag

10 de diciembre de 2023

Traidor

«Por favor não me procura mais...»

Sábias palavras. Curtas e grossas. Que nem corte de canivete afiado em pedra-pomes.

Esperava mais de ela, mas a ingratidão é uma das características do ser humano mais subestimadas.

Tento entendê-la, usar da minha empatia. Pensar se ela agiria diferente se eu ainda servisse para algo.

Culpa?

Não. Sou levado por incertezas e atos não refletidos.

Impulso?

Veja bem, não sou de ferro.

E a beleza feminina é a única coisa que nos salva neste mundo tão cheio de guerras e atrocidades.

É tanta besteira que me sinto como um Bukowsky tupiniquim. Mas diferente do Deus beatnik - não aguento mais beber nem transar.

A vida me traz lembranças de uma certa noite em São Gabriel. Onde o frio era tão intenso que tentava dormir  de meias e com botas.

Não sou o mesmo. Nem sei mais escrever direito. Estou longe daquele garoto que tinha tanta raiva dentro de si. Que escrevia horas sem parar, apenas reclamando da vida, das mulheres e do cotidiano.

Se alguém viesse me perguntar o que houve para parar de escrever, diria apenas que a culpa é de anos e anos de antidepressivos, tratamentos ineficientes e choques no hemisfério esquerdo. 

Drogas e drogas sem parar.

Ou talvez seja tudo fruto de tanta bebedeira inconsequente. De garrafões de vinho barato, cachaças de má índole e vodcas que lembram mais desinfetantes hospitalares.

Acredito ter dito tudo isso no passado, quando ainda tinha vontade de viver e aproveitar da vida. De querer curtir o momento como se fosse o último. De viver intensamente que nem propaganda de refrigerante.

Tornei-me obsoleto, velho. 

Vi esse dias uma peça de Gerald Thomas. E fiquei pensando de como a arte pode ser usada para enganar os desavisados. 

Cadê a insurgência do passado, a virulência, a raiva e a contestação?

Tudo ficou pra trás. Tudo virou enfadonho, repetitivo e usa e abusa de uma verborragia que não passa de frases feitas e lugares comuns.

Mas voltando ao começo, como diria o professor que perdeu suas fichas e não sabe mais o que falar na frente de imberbes e idiotas em plena década de 80.

Ela disse para deixa-la em paz, caso contrário procuraria as autoridades. Pois bem, ou ela é muito ingênua ou foi contaminada até o mais recôndito neurônio com o discurso hipócrita do Me Too.

O que me incomoda no Me Too? A hipocrisia que condena o abuso sexual mas faz vista grossa à indústria do espetáculo que usa meninas hipersexualizadas para gerar mais e mais lucro.

Torpes! Torpe vem de torpor. Homem que vive alienado e é presa fácil de coachers, políticos de direita e meninas interesseiras. São do tipo que vestem a camisa da empresa, se orgulham do trabalho, mas que na primeira oportunidade - são dispensados que nem lixo.

Esquece. 

Esquece que estou a escrever palavras desconexas. Que estou a me desiludir mais uma vez com suas palavras. 

Sou tão carente que qualquer sorriso feminino e bonito me faz sonhar acordado.

Você já viu o sorriso de uma mulher bonita hoje?

Ando pelas ruas, parques, gramas, cascalho e terra vermelha. Não acho ninguém. Não vejo ninguém.

É de noite agora e vou ao Lanterna para ver se encontro alguém. Mas não. Nenhum amigo, colega, conhecido ou desafeto. E muito menos um sorriso bonito. Uma dentadura branca e perfeita. Uma sobrancelha escura e bem delineada. Tudo naturalmente finalizado com os olhos claros e cabelos loiros de quem tem um pé nas Europas.

Não há sotaque, língua ou idioma que supere a palavra "SAUDADE". 

Já o disse o William Hurt numa entrega de Óscar qualquer.

Vem aqui. Pula na minha cama. Fala o que tu tens a falar e sai de fininho.

Apaga a luz, desliga o gás, deixa a chave embaixo do tapete e some.

O ônibus passa tão rápido quem nem me vê no ponto. Perco o último transporte público que me faria sair daqui. De uma Barcelona que pouco conheço mas muito admiro. 

E não há mais ninguém a me trazer alento. Um sopro de vida. Enxugar as minhas lágrimas e me fazer brevemente feliz.

Você gosta de mim ou algo assim?

Seja sincera. Não adianta falar que estamos juntos há milhares de anos. 

Ficar junto não é amar - já dizia o poeta.

Morrígan, a Grande Rainha, pouco ou nada sabe das minhas desventuras. Do meu passado, das minhas aflições e angustias. Porque caso soubesse estaria a contemplar o meu fim sem esse irônico sorriso no rosto.

Quero morrer, morrer mil vezes e trocar o dito pelo não dito em suaves prestações mensais.




































Nota do Autor: Trata-se de um texto de ficção. Nada ou quase nada tem a ver com a mais pura e crua realidade.

28 de noviembre de 2023

Shameless

Porrada na veia, no saco, no nariz e no cu do bêbado. Nada de Me Too, lembrando que a primeira temporada fez a sua estreia em 2011.
Seriado que honra o melhor de tudo aquilo que um bom seriado precisa ter. Sem papas na língua, drama, comédia, sexo, drogas e mais drogas e muito rock & roll, realidade nua, crua e sem esperança. Lindo elenco. Prêmios e mais prêmios. Se você não assistiu ainda, as 11 temporadas estão disponíveis na HBO.

“The only way for poor people to get a lot of money is to steal or cheat.  These are the rules, but if they change, please let me know.” Lip



16 de noviembre de 2023

Änïmä

Horas e horas ouvindo a mesma música, 
40 anos atrás, num velhos rádio toca K7...

5 de noviembre de 2023

CARLOS, o Chacal e a questão palestina.

É de se espantar que em pleno século XXI ainda tenhamos guerras e mais guerras. 
Mas se olharmos a História e seus estudiosos mais à esquerda, não haveriam motivos para se surpreender.
O imperialismo continua, os fascistas continuam, a extrema direita continua e os genocidas continuam.
As bases para justificar a morte de milhares nunca deixaram de existir pois a sede de poder, de riquezas e de aniquilar o outrem - fazem parte da psique do ser humano e de quem se identifica com a barbárie.
Daí que surge - quase sem querer - a figura de Carlos, o Chacal.
Ele luta, assassina e transgride as regras porque acredita piamente estar certo e de que não há outra forma de lutar contra o imperialismo do que com a violência.
E se ele fosse livre e solto, com certeza, estaria jogando bombas dentro das repartições do Estado Judeu mundo afora.
Resolve? Não. Mas, pelo menos, os líderes genocidas tanto dos EUA como de Israel colocariam as barbas de molho.




Gonzaguinha - "Sangrando" (1980)

Cedo ou tarde (mais cedo do que tarde, eu espero), as novas gerações irão descobrir a grandiosidade de Gonzaguinha...

12 de octubre de 2023

The Morning Show — Season 1 | Apple TV+

 

Pensei muito em como abordar o leitmotiv do seriado, a saber, o assédio sexual e moral praticado nas empresas. Mas todas as ideias ficaram aquém de criativas ou interessantes.

Tema espinhoso para tentar ideias mirabolantes. Tema muito sério para iniciar com brincadeiras.

O impacto do último episódio da primeira temporada ainda reverbera na minha memória. Pena que a segunda temporada seja tão xoxa e a terceira pior ainda.

É a maldição do seriado que dá tudo aquilo que pode nos primeiros 10 capítulos e que depois tenta encher linguiça apenas para satisfazer a sanha de lucros e mais lucros das streamings.

Tema espinhoso sim. Tema muito sério sim. E tema 100%  adulto que dispensa a indignação onanista e seletiva das redes sociais. Que bate de frente contra o cancelamento histérico e gratuito. Que corta na pele, indigna e revolta ao expor as tramoias corporativistas para esconder tudo por baixo do tapete.

E que foca nos seres nojentos e escrotos que mal sabem ou percebem o horror que provocam, o espanto que causam, o mal que mata aos poucos.

Seres especiais, talentosos e inteligentes mas escrotos. Escrotos e tão embebidos do poder que usam e abusam dos outros. Tão narcisistas que pensam estar fazendo um favor quando dão um pouco de atenção, esperma e outros fluídos a seres submissos e temerosos. 

Que não aceitam não como resposta, pois de tão bajulados por anos a fio - pensam que podem tudo sem se preocupar com as consequências.

Filhos e crias do sistema. Um sistema que dá tanto poder aos que trazem lucros que finge que todo dano causado, todo mal gerado é algo colateral e passageiro.



11 de octubre de 2023

7 de septiembre de 2023

Slow Horses | Apple TV+ | Sobre seres tóxicos e cancelamento

Rejeitados, tóxicos, indesejáveis, perdedores e outros adjetivos depreciativos que qualquer manual de assédio moral censuraria categoricamente.

Pois é, eles são os "slow horses" ou em tradução livre, os pangarés.

Os excluídos do MI5 que ninguém quer por perto. Ou porque pisaram feio na bola ou porque são rebeldes demais para aceitarem todas as regras do sistema.

Excelente seriado com elenco de peso. Um seriado sobre espionagem que traz à baila os reflexos da queda do muro de Berlim - não porque não exista material mais atual - mas porque a guerra de inteligência entre Oriente e Ocidente continua relevante e a causar vitimas. 

Mas falando em tóxicos ou utilizando um termos mais atual: cancelados!

Mais de uma vez, fui cancelado por pessoas ao meu redor. E sempre por acusações das quais nunca consegui me defender. Não porque não tivesse o que alegar em minha defesa e sim porque as acusações eram veladas, feitas de forma sorrateira e covarde, à boca miúda, pelas costas. E quase sempre por pessoas que se diziam amigas ou parceiras...

A primeira vez, foi nos tempos da Universidade, quando inventaram que era infiltrado das forças de repressão, dedo-duro, alcaguete da Polícia Federal.

Na segunda, nem sei de fato os motivos. Só sei que muitos, se não a maioria, me deu as costas, começou a me ignorar, me dar gelo e parar de falar comigo.

Já é sabido que não podemos misturar as coisas e achar que colega de trabalho é amigo, mas viver no escritório por 5 dias da semana, 8-10 horas ao dia - gera cumplicidade. E após várias doses no Happy Hour , tudo vira uma coisa só.

Imagino o que pode ter sido, mas como diria o poeta, é melhor sofrer uma injustiça do que comete-la.