Pensei muito em como abordar o leitmotiv do seriado, a saber, o assédio sexual e moral praticado nas empresas. Mas todas as ideias ficaram aquém de criativas ou interessantes.
Tema espinhoso para tentar ideias mirabolantes. Tema muito sério para iniciar com brincadeiras.
O impacto do último episódio da primeira temporada ainda reverbera na minha memória. Pena que a segunda temporada seja tão xoxa e a terceira pior ainda.
É a maldição do seriado que dá tudo aquilo que pode nos primeiros 10 capítulos e que depois tenta encher linguiça apenas para satisfazer a sanha de lucros e mais lucros das streamings.
Tema espinhoso sim. Tema muito sério sim. E tema 100% adulto que dispensa a indignação onanista e seletiva das redes sociais. Que bate de frente contra o cancelamento histérico e gratuito. Que corta na pele, indigna e revolta ao expor as tramoias corporativistas para esconder tudo por baixo do tapete.
E que foca nos seres nojentos e escrotos que mal sabem ou percebem o horror que provocam, o espanto que causam, o mal que mata aos poucos.
Seres especiais, talentosos e inteligentes mas escrotos. Escrotos e tão embebidos do poder que usam e abusam dos outros. Tão narcisistas que pensam estar fazendo um favor quando dão um pouco de atenção, esperma e outros fluídos a seres submissos e temerosos.
Que não aceitam não como resposta, pois de tão bajulados por anos a fio - pensam que podem tudo sem se preocupar com as consequências.
Filhos e crias do sistema. Um sistema que dá tanto poder aos que trazem lucros que finge que todo dano causado, todo mal gerado é algo colateral e passageiro.