31 de octubre de 2010

Sorry Maresias - Foi a vez da periferia - #Dilma13

Eleições 2010: Turistas enchem praias do litoral de SP
http://eleicoes.uol.com.br/2010/album/101031guaruja_album.jhtm?abrefoto=18

Existe aquela história antiga de que brasileiro não gosta de trabalhar e diversas pesquisas demonstram o contrário. Mas, com certeza, o brasileiro adora sim um feriado prolongado. E não há nada, mais nada mesmo que o faça desistir de viajar e sair do local onde reside. Pode ser a serra, o litoral, o mato, a chácara, o sítio. Pode ficar num hotel, num camping, no apartamento da praia, ou na casa de algum amigo. Tanto faz. Viajar é preciso. E como quem tem condições financeiras de viajar com maior freqüência,  é a classe média, são as elites - o coitado do Serra terá bem menos votos hoje. Em outras palavras, os indecisos, os eleitores da Marina, os anti-PT e os tucanos de ocasião, abriram mão de votar contra a Dilma em troca de algumas horas de sol e mar. Discurso raivoso não rima com comprometimento.

28 de octubre de 2010

House, nova temporada

Engraçado que todo seriado norte-americano que possui um casal sempre em conflito, onde há um claro indício de tensão sexual - tenha, cedo ou tarde, uma temporada onde os dois acabam se entendendo. Agora é a vez de House e Cuddy. E no passado já tivemos o Mulder e a Scully (Arquivo X), a Maddie e o David (A Gata e o Rato), entre outros. O desafio é manter o interesse no seriado após o rala e rola. E sinceramente, para mim os seriados que cedem à tentação, perdem interesse, perdem o charme, perdem o elã.

25 de octubre de 2010

Rose Marie Muraro II

Lido na @CartaCapital. "Mulher que discrimina Dilma é machista, submissa ao homem"... "Sem falar na inveja, que é muita."

24 de octubre de 2010

Basic instinct - Sharon Stone



Tinha esquecido de como o filme era bom. É um clássico noir. Tem tudo, mulher fatal, sexo, dupla identidade, o policial que se apaixona pela mulher errada, a cena final que deixa tudo em aberto e Sharon Stone no seu melhor papel em toda a carreira. Quem disse que mulher bonita é burra? Quem disse que loira pensa devagar quase parando? Ledo engano. Lindo filme.

23 de octubre de 2010

Sit here
wipe my tears
hold me, write me, forget me.
Stay sober
as the last stone
standing
in your, my
labyrinth.
Nothing attracts me. Nothing provokes me. 
And I'm still adrift.
Wanted to follow you so very much, but I can not. All because of a misunderstanding.
Wanted to see you so very much, but I can not. Because everything was blocked and banned.
You are my comfort zone
my safe haven
my lifeline.
You are the smell, the melody, the aura that brings calm.
You are everything: a little more.
I live just on the surface. And hide my junk under the rug.
Dying does not scare me not.
It is afraid of suffering. For suffering is to kill.
And that hurts...

De pombas e outros bichos...

Ganhei de presente de aniversário um filhote de pomba. O meu gato, gentilmente, trouxe-o com muito amor e carinho. E por falta de opção, o filhote ficou comigo por mais de duas semanas. Duas semanas limpando e alimentando o infeliz.
Tentei manda-lo embora mas ele permanecia teimosamente no telhado. Piando o tempo todo, como que pedindo mais uma semana de pão, água e sossego. Hoje, cansado de tanto cocô, levei-o até a Praça da Árvore e soltei-o no meio dos arbustos. Ele fez um vôo curto, indeciso, tímido até. E só ficou mais tranqüilo quando encontrou outras pombas na praça.
Juntou-se a elas, deu uma andada e voou novamente para afastar-se dos transeuntes.
Por mais tempo e a uma distância maior.
Parou perto de mim, quando já me afastava.
Olhei pra ele, ele olhou pra mim. E continuou piando. Talvez de medo, talvez como despedida.


The Eagle Has Landed - Trailer.

Lendo o livro que deu origem ao filme. Uma história verídica. O livro possui passagens romanceadas muito inverossímeis, mas o relato e, principalmente, o personagem de Liam Devlin valem a leitura. E como o final já é sabido, estou protelando a leitura o máximo possível.


18 de octubre de 2010

Vale a pena ler de novo: Rose Muraro






Zero hora, Porto alegre, 24 de setembro de 2006.

"Sempre achei o mensalão uma bobagem''
Entrevista com Rose Marie Muraro.
> Reconhecida no Brasil e no Exterior como autora de livros
> sobre a condição da mulher, Rose Marie Muraro ganhou
> prestígio como feminista a partir dos anos 70. Formada
> em economia, circula pela sociologia, antropologia e
> psicologia para entender o feminino e seu ambiente de
> opressão e pobreza. Nesta entrevista por telefone, ela
> defendeu uma tese que admite ser capaz de provocar
> reações indignadas:
> ZH: - Ser moral dentro de um sistema imoral é legitimar a
> imoralidade.
> É dita, repetida, soletrada para defender que, apesar
> das denúncias de corrupção, o governo Lula deve ser
> anistiado por ter socorrido os pobres. A escritora, 75 anos,
> entende que setores que cobram moralidade de Lula, do
> governo e do PT sempre se comportaram imoralmente. A seguir,
> a entrevista que concedeu por telefone:

> Zero Hora - Os intelectuais identificados como de esquerda
> voltaram a falar depois da crise de corrupção?

> Rose Marie Muraro - Eu falei o tempo todo. Nunca estive em
> silêncio. Outros estiveram, porque houve um desânimo,
> um pouco de decepção com Lula. Mas vou votar nele de
> novo.
> Minha decepção é com a parte econômica. Quero ver o
> que ele vai fazer no segundo mandato. Estou votando meio de
> nariz fechado. Mas no Alckmin (Geraldo Alckmin, candidato
> do PSDB) não voto porque é da extrema direita.

> ZH - Sua decepção é só com a área econômica?

> Rose Marie - Eu estava esperançada. Achei que Lula
> sairia do modelo > neoliberal, e ele não saiu. Mas reconheço
> que o Bolsa-Família incrementou a > economia do Nordeste, que
> cresceu 10%. Aprendi com Dom Hélder Câmara > (arcebispo
> de Olinda e Recife, já falecido) que, ao mesmo tempo em que
> se dá comida, é preciso se fazer uma reforma estrutural.
> Mas o pobre diz: Lula faz > por mim. Os porteiros da minha rua
> dizem: pelo menos hoje a gente come. Um > deles me contou:
> pela primeira vez consegui juntar dinheiro para comprar uma
> passagem e retornei à minha cidade no Nordeste, e ela
> estava toda iluminada. >
> ZH - Por isso, segundo as pesquisas, os pobres votam em
> Lula?

> Rose Marie - O pobre sempre foi expropriado desde o
> nascimento. Lula sabe disso porque fugiu de Garanhuns
> para não morrer de fome. Uma pesquisa que realizei
> mostra que, desde que nasce, uma criança filha de camponeses sabe
> que vai chorar de fome e que seus desejos não serão
> satisfeitos, que sua fome não será saciada. Que ela
> sempre espera pela mãe, que já sofria como mulher a
> opressão do marido, dos pais. Essa criança esperava, na
passividade, pela vontade de Deus, do céu, uma
> salvação. Se ficasse boazinha, como pobre, iria para o céu. Aí tem
> também a opressão do patrão, do machismo, a
> dominação, a religiosidade popular. >
> ZH - O pobre não vincula Lula ao mensalão e agora ao
> caso do dossiê contra Serra?

> Rose Marie - O pobre já vinha sendo roubadíssimo,
> expropriado. Isso de mensalão e de sanguessuga é da
> lógica da classe média, não chega ao pobre da forma
> como os entendemos. A corrupção é uma disfunção do sistema
> econômico. Temos uma dupla moral. Os pobres serão sempre
> roubados pelos dominantes, porque os pobres devem ser
> honestos, e eles, não. Um banqueiro me disse que é
> assim mesmo, que a corrupção e a fraude são das leis do
> mercado. A classe rica ri de você. O caso do dossiê é
> revelador. Nada se investiga sobre o envolvimento de Serra com as
> sanguessugas, mas tudo se investiga sobre o PT. A mídia
> está com todo o foco sobre o PT.
> ZH - Todos, invariavelmente, agem então de forma
> antiética?

> Rose Marie - Eu digo que ser moral dentro de um sistema
> imoral é legitimar a imoralidade. O pobre sempre ouviu
> que deveria ser honesto, mas foi expropriado. Hoje ele
> pensa: vou votar em alguém que faz algo por mim, que me
> dá o que comer. É ético o que o povo está fazendo,
> ele está defendendo a sua vida. É a lógica da vingança de
> quem sempre foi expropriado. Seja quem for, se der comida aos
> pobres, terá meu voto. São Tomás de Aquino, na Suma Teológica,
já dizia que, se você está com fome, você tem o
direito de roubar. Nenhum presidente antes havia
favorecido tanto os pobres, a não ser Getúlio Vargas.
> Mas depois veio Delfim (Delfim Netto, ministro da Fazenda >
> durante a ditadura) e expropriou a comida dos pobres. Delfim
> era um ético?
> ZH - Isso justifica o mensalão e a corrupção?

> Rose Marie - Essa história de mensalão foi criada pelo
> PFL. O próprio Roberto Jefferson (ex-deputado, do PTB,
> que denunciou o mensalão) disse que o PT não tinha se
> locupletado. Os outros governos roubaram indistintamente.
> Juscelino (Juscelino Kubitschek) fez Brasília com o
> dinheiro da Previdência. O mensalão é pouco perto dos
bilhões das privatizações do governo FH, o governo mais corrupto.
Mas Lula é considerado um semi-estadista, e FH é um >
> grande estadista. Sempre achei o mensalão uma coisa ridícula,
> uma bobagem. > Converso com pessoas esclarecidas que se deram
> conta de que tudo foi uma > armação.
> ZH - O governo não tinha como agir de outra forma, sem o
> mensalão? >

> Rose Marie - Tinha. Eu iria para a TV e diria: tenho tais
> leis para votar, boas para a população, e o Congresso
> não quer. Mas como governar se a Câmara tem os partidos dos
> ruralistas, das empreiteiras, da indústria farmacêutica,
dos bancos, das indústrias? O que Lula deveria ter feito
> era trocar a > política econômica que beneficia essa elite.
> Mas ele acendeu uma vela a Deus e outra ao diabo.
> ZH - Pelas suas conclusões, Lula teria sido vítima de
> uma campanha moralista?

> Rose Marie - Todo moralismo é farisaísmo. Está em
> São Mateus. Os fariseus de hoje são a classe dominante.
> Falam de moral num sistema que sempre foi imoral. Isso é
> farisaísmo. E não sou comunista, porque o comunismo tem
> a mesma lógica. A noção de ética não pode ser
> aplicada à economia se não vier acompanhada de outros valores.
> Essa moral foi feita para manter as pessoas pobres. Eu não
> sou farisaica. Enfrentei a ditadura e luto concretamente >
> contra a injustiça. >
> > ( moises.mendes@zerohora.com.br )

After the Wedding Trailer

É tão bom assistir a um filme não falado em inglês, a um filme não feito em Hollywood...

9 de octubre de 2010

Tropa de Elite 2 ou de como tentei vencer o sistema (sozinho)


Um filme que impressiona pela sua qualidade. Produção, roteiro e direção impecáveis. E se no filme anterior, os vilões eram os traficantes, agora temos as milícias, a corrupção policial e os políticos desonestos como nossos piores inimigos. 
Mas chega. Não quero falar do filme como cinema e sim como tese sociológica.
Essa história de um homem só querer derrubar e vencer o sistema é bem típico de filme norte-americano.
É muita ilusão, muito absurdo pro meu gosto.
E o coronel Nascimento, é claro, não derrota o sistema. Apenas ajuda a torna-lo mais experiente, mais sólido. Mas o que seria o sistema? A soma de políticos de direita, mais policias e milicianos degenerados? Tudo isso e muito mais. 
Eis aí que o filme se perde. Na tentativa de apontar culpados e puni-los, esquece que tais "párias" são produto da sociedade. Quer dizer, nada mais, nada menos, a sociedade é o sistema. É uma luta que já começa em desvantagem. E de sucesso ingrato, temporário e duvidoso. 
Não sei onde que eu li que o filme seria uma forma disfarçada de fazer propaganda do Serra. Ledo engano. O filme é tudo menos de direita. Pelo contrário. Um dos novos personagens de destaque, de importância central até, é um intelectual de esquerda. Um intelectual com discurso consistente e convincente.  E se no começo, o Nascimento é seu inimigo declarado, chegado ao fim, vemos que os dois se aproximam, pois o inimigo comum é...a sociedade naquilo que tem de pior: o comodismo, a ganância, o conservadorismo, o poder, a violência, a hipocrisia, o oportunismo e a alienação. E isso tudo tem um nome, direita raivosa.
Cenas de Tropa de Elite 3: a Igreja reacionária e a grande Imprensa são os novos alvos do BOPE.

1 de octubre de 2010

Comer, Rezar, Amar: filme para mocinhas casadoiras?

Nem sei se existe essa categoria na indústria do cinema, mas se não existir deveria de ser criada. Não li o livro, mas sei que foi um best seller no mundo todo. Logo, o livro deve ser uma colcha de clichês e o subproduto conseguiu ser mais açucarado ainda. E a Julia Roberts? Nunca esteve tão sem graça e feiosa até. Com um cabelo amarelo palha de deixar estarrecido qualquer cabeleireiro decente e o mesmo par de sandálias em todas as cenas (reparem que estou falando em questões bem femininas, do nível de uma revista Nova). Em resumo, não terminei de ver o filme. Parei na parte do "comer", do paralelo entre as ruínas de Roma e o vazio existencial da personagem. Um tédio só. Saí e entrei na sala ao lado, onde iria ter um filme para macho mesmo: Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme. Mas para a minha surpresa o filme - pasmem! - tratava também de relacionamentos frustrados. O relacionamento do pai com a filha, do genro com o sogro, do filho com a mãe, do corretor com o chefe, etc. Fui embora também? Não. Desta vez a abordagem era adulta, à altura de um diretor premiado como Oliver Stone. Aqui não é a procura do par perfeito que move o mundo. É a ganância, a cobiça, a ambição sem limites. Afinal, somos seres imperfeitos que buscam a felicidade e se para alguns - mais parvos e apedeutas - ela consiste em achar o príncipe encantado, beleza. Para outros - mais lúcidos, egoístas e iconoclastas - a felicidade está em ferrar com o próximo, ganhar dinheiro, comprar imóveis, fazer dívidas, passar férias em Paris ou ter um corpo sarado. A mim, simples e ingênuo mortal, só me resta lamentar. E vibrar com a cena final de um filme porreta ao som do sempre bem-vindo David Byrne.
P.S.: Reparem na importância de dois quadros, de um exterminado American Bison e da obra de Goya, Saturno devorando um dos seus filhos.