A pegada jassistica é de arrepiar. Uma pequena obra-prima. Lembro que havia um colega na Faculdade que só ouvia e falava dessa música. Como se fosse um ator a simular os dissabores de Pedro Navaja. A caminhar pelas ruas de Lima, aguardando um final trágico. Nunca mais o vi, nunca mais soube dele. Deve ter tido uma vida sofrida como muitos limeños pobres ou de classe média ou talvez esteja bem de vida. Vai saber, afinal: "La vida te da sorpresas, sorpresas te da la vida".
Sabemos que algo dará errado desde o início. Nada pode ser perfeito numa viagem de expiação de culpa ao passado. Ficção ou realidade, tanto faz. Cabe a nós fazermos o nosso "dever de casa" e tirar as nossas próprias conclusões. Perfeito, enigmático, cheio de auto referências. O passado nos condena e ninguém sai incólume depois de bater de frente. Ninguém se salva. Todos são movidos ao mais puro interesse e naufragam entre gritos de porcos selvagens, perguntas imbecis e virgens de sobrancelhas grossas.
- La cultura
- La mejor política cultural es no tener ninguna. “Defender a nuestra cultura” (repite la frase utilizada por el intendente)… Siempre se considera a la cultura como algo débil, como algo frágil, como algo raquítico que necesita ser custodiado, protegido, promovido y subvencionado. La cultura es indestructible. Es capaz de sobrevivir a las peores hecatombes. Hubo una tribu salvaje en África en cuyo lenguaje no existía la palabra “libertad”. ¿Saben por qué? Porque eran libres. Creo que la palabra “cultura” sale siempre de la boca de la gente más ignorante, más estúpida y más peligrosa. Yo personalmente no la uso nunca.
Não é um filme pra guardar na memória. Está bem longe disso. Peca pelo didatismo, pelas "sacadas" mais que manjadas. Tem seus méritos. A personagem feminina é dúbia. Como se fosse uma femme fatale daqueles filmes noir da década passada. Pena que seja pouco explorada. Pena que o filme se concentre na disputa entre os homens e que as mulheres possuam pouca presença - meras coadjuvantes num filme feito por homens para homens. Uns, lobos solitários, ferozes e másculos. Outros, nem tanto.
Pelo título tupiniquim, parece filme de faroeste, mas está bem longe disso. Trata-se de - literalmente - um tratado sobre a cultura judaica. Difícil para quem não está familiarizado com tais costumes. Mas independente do contexto, o quê está por trás é o retorno do filho pródigo, da aceitação das origens e da necessidade de assumir um papel dentro da sociedade/comunidade.
Filme premiadíssimo na Espanha. Péssima divulgação no Brasil. É como se fosse mais um filme de Ricardo Darín. E não é bem isso. A película de forma convencional narra os últimos dia de Julián e envolve o espectador num clima de melancolia e sentimentos diversos. De como reagimos perante a morte, as escolhas definitivas e oportunidades perdidas. As questões práticas de lidar com o infortúnio sem ser piegas ou cínico. É a vida naquilo que mais nos comove e arrebata.
Somos tão ridículos. Animais "com" consciência crítica. Civilizados e cordiais apenas na aparência. Damian Szifron promete muito. Aplaudido de pé em Cannes e forte candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Se levarmos em conta que as três personalidades do Ano 2013 - na minha opinião - são Mandela, Mujica e o Papa Francisco - algo de muito bom temos no ar à espera de 2014.
“Durante anos a juventude chilena foi consumida por um modelo neoliberal que salienta a conquista pessoal e o consumismo; tudo tem a ver com eu, eu, eu. Não há muita empatia pelo outro”.
Li em algum lugar que a invasão da embaixada japonesa em Lima em 1996, foi motivada basicamente por que o líder do movimento Tupac Amaru queria ver a sua amada em liberdade, quer dizer, que foi uma ação extrema baseada no amor e que acabou em carnificina.
A briga do Serra contra a pobre Bolívia, lembrou-me da entrevista do Evo Morales para a revista Carta Capital em 2008. A tradução - feita em grande parte por mim - deu o maior trabalho, pois o Evo fala um espanhol misturado com a língua aymara. Foram horas difíceis, mas com um resultado mais que bacana.