1 de febrero de 2022

Succession: Boar on the Floor

https://www.uol.com.br/splash/colunas/guilherme-ravache/2022/01/30/por-que-a-hbo-max-deixou-de-ser-piada-e-acelerou-a-crise-na-netflix.htm

https://www.imdb.com/title/tt9899090/?ref_=ttep_ep3

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/02/presidente-mundial-da-cnn-renuncia-apos-caso-com-funcionaria-ser-descoberto.shtml

Muito já deve ter sido escrito e falado sobre o sucesso de Succession. E longe de mim tentar escrever algo de diferente ou lacrador. O único que me traz aqui é traçar alguns paralelos entre o real e a ficção. 

Para quem já trabalhou em qualquer empresa - pequena, média ou grande (seja nacional, multinacional ou familiar) - assistir ao seriado da HBO Max é como estar numa sala escura e observar de forma onisciente (tal BBB da vida) tudo que já vimos, vivenciamos, experimentamos, sofremos e rimos, tendo que lidar com subordinados, clientes, fornecedores, chefias e "asholes".

E tem de tudo. Desde os famosos encontros corporativos anuais, reuniões ridículas de coaching, puxadas de tapete, facadas pelas costas, passando por assédios diversos e the last but not the least, gerências querendo obter resultados diferentes, se utilizando das mesmas ferramentas e tomando sempre as mesmas decisões. 

E, hoje por acaso, li a matéria em anexo sobre o mercado de streaming e também sobre os escândalos na CNN. E se pinçarmos os problemas que a poderosa Netflix está enfrentando com os concorrentes como a HBO Max, teremos um episódio antigo de Succession onde a briga pelo poder e a rasteira no CEO - aplicada pelos principais acionistas visto a sangria nos lucros - é algo corriqueiro.

Podres e mais podres no famigerado mundo corporativo. Nem é necessário aguardar o final da terceira temporada para escolher o melhor episódio de todos: Boar on the Floor (da segunda temporada) é a quintessência dos absurdos com os quais temos que lidar no dia-a-dia. Sabujos, puxa-sacos, humilhações, ambientes tóxicos e líderes nervosos, autoritários, estúpidos que abusam a seu bel-prazer das equipes. De que serve ter bonitas frases motivacionais e missões altruístas coladas nas paredes do escritório se o foco é explorar ao máximo quem está abaixo de nós, ganhar polpudos salários e engordar as contas bancárias dos acionistas ou das famílias que dominam o mercado de comunicação - por exemplo.

Mas não é só isso. O que mais me embrulha o estômago é a subserviência ao Chefe-mor em exercício. Feito Deus na Terra, os subordinados se digladiam para serem aceitos, serem os favoritos. E vale tudo. Desde deitar no chão e guinchar feito porco até comer as sobras dos patrões.