Liberdade para opinar, falar besteira e reclamar da vida (antigo ProviSório - como tudo que nos rodeia).
23 de noviembre de 2013
Queria te ver em prantos
Queria te ver em prantos
de leve - mal passado
Queria te ver estupidamente gelada
envolta numa cápsula de metal
tijolo a tijolo
pulando cercas
blusa preta
renda chinesa
louça suja
Doideira
Sem palavras
Olhar tira - corta - reduz - surta em pedaços
Bebo e nado em círculos
Garranchos na parede
Gritos abafados
Um ponto, uma vírgula fora de lugar
Desiste
Escrevo pra mim
Sinto pena
difícil
difícil é saber se o copo está vazio
se a decisão foi acertada
tenso o seu silêncio
uma carta sem selo
uma fita K7 feita em trizas
canetas sem tinta
miniaturas em decomposição
Tento
Deito cabeça a cabeça
enrolo meias num cemitério de irmãs solitárias
cruzo o rio e vejo ao longe um cavaleiro
ele me diz
que te viu
aos prantos
e sinto que as lágrimas
fizeram transbordar as águas
deixam-nas coloridas
e me afogo.
O fogo pede perdão e se apaga em suaves prestações mensais.
Fica causando e bêbado corre atrás do trem
perde o folego
e diz adeus ao pequeno bezerro que mama
enquanto afasta com o rabo uma mosca de olhos grandes de desespero
Ele inerte - eu descanso.