24 de enero de 2010

Entre brisas e gaivotas

Vamos viver de brisa
numa praia de areia fina
e mar calmo.
Onde pescadores
jogam truco,
bebem aguardente
e esperam o balançar da rede.
Viveremos a ter filhos e cada um a seu tempo
será engolido
pelo desejo de fugir
do nosso esconderijo.
Esgotados,
de tantas marés,
deitaremos
de mãos dadas
e pés molhados numa pequena cama
feita de espuma
e conchas coloridas.
Com o amanhecer,
uma gaivota
sorrateira
irá fugir
com o teu chapéu.
E não haverá gesto. Não haverá reação.
E tal garrafa,
com uma mensagem
dentro dela,
o chapéu de palha irá acordar
do outro lado
do Atlântico...
(inspirado em Manuel Bandeira)