A nova temporada de séries inicia-se no Brasil e uma que tem tudo pra virar mania é o seriado Dirt que passa todo domingo no People & Arts. Li sobre ele na Carta Capital e por sorte consegui assistir ao primeiro capítulo. A história em si não não foge ao esquema previsível, mas o que tem de novo é o tema (o jornalismo sensacionalista das celebridades). Eis o seu charme. A podridão vista de outra forma. A estupidez escondida nos bastidores da fama (desculpem o lugar comum).
Mudando de série, eu já li em algum lugar da Internet que o seriado Grey's Anatomy veio em boa hora, pois ninguém mais aguentava os dramas de ER. Bom, só um retardado com inteligência emocional de 5 anos não consegue ver as diferenças. Grey's é um seriado excelente que busca ser mais leve na sua abordagem, mais divertido (mesmo em situações ruins). Duvido que alguém consiga ficar emocionalmente abalado com os dramas da Dra. Grey, por exemplo. Pois sempre há algo que torna o final de cada capítulo, um objeto descartável. Sentimentos vão e vem, ces't la vie.
Por outro lado, ER é um seriado existencial, por excelência. Você faz, você leva. Você faz suas escolhas e as consequências vêm na sequência. ER já tratou da pobreza, dos maus tratos, dos imigrantes ilegais, da violência familiar, das guerras do mundo, da fome na África, etc E tudo como denúncia. Lembro de um capítulo em particular que falou dos lobbies das grandes multinacionais farmacêuticas. O seriado cutuca e tenta ouvir todos os lados envolvidos. E peca às vezes por tentar um final conciliador, mas o importante é o recado dado. E duvido muito que alguém não fique realmente emocionado quando vê o drama familiar e pessoal da Dra. Lockhart (Abby). Enfim cada capítulo é bem mais profundo que uma mini-série toda da Globo. É só ver o tratamento dado e os diálogos de "Queridos Amigos".