Liberdade para opinar, falar besteira e reclamar da vida (antigo ProviSório - como tudo que nos rodeia).
11 de mayo de 2013
5 de mayo de 2013
Se (azul)
Se eu não me levasse tão a sério, me jogaria aos seus pés de porcelana. Usaria a saia como refúgio. Corromperia os pretorianos e soltaria fogos de artifício. Se tudo não fosse tão ridículo, espalharia pela cidade cartazes com sua foto, inventaria mentiras ardilosas e conseguiria seu número. Se eu fosse 20 anos mais jovem, ligaria todos os dias à meia-noite, aceitaria pedidos mirabolantes e usaria seu rímel favorito.
Se a chuva e o vento não fossem tão intensos, correria pela praia, molharia os pés e me perderia no meio do oceano. Se perfeito tudo fosse, cresceria por dentro, olvidaria seus olhos, escreveria cartas de amor com tinta guache e me pintaria todo de azul royal. Simples assim.
27 de abril de 2013
Da arte de escrever cartas...
No Dia Internacional do Livro, lembrei da época que escrevia cartas. Havia toda uma preparação na escolha do papel e caneta. Da forma da letra, da lu z, da postura do corpo, da pressão da mão. Todo um contexto físico que influenciava e impunha uma certa solenidade no ato de escrever. E hoje tudo mudou. A máquina de escrever, num primeiro momento e depois a vinda do computador, eliminaram por completo todo o charme ou mise-en-scène
da escrita pura e simples.
A vida é como um lápis
A vida é como um lápis. No inicio somos cheios de atitude & garbo para depois terminarmos encolhidos e largados em qualquer canto. Mas o que de fato importa é aquilo tudo que escrevemos e ficou registrado. Para o bem ou para o mal.
14 de abril de 2013
Estou me matando aos poucos...
Produto de uma cruzada histórica
da feirante e do balconista
Em devaneios curiosos
Em risadas histéricas
Pequenas interpretações do mal
Em benefício próprio
Crianças pulam no meu entorno
E a concentração se esvai
Vivo de futilidades e remédios mil
flatulências insistentes
velhas manias
tudo no seu devido lugar
Pintas no rosto
semanas separam as palavras
e idiotas me cercam em roupas mínimas
A janela em frente
não guarda segredos
corrói a alma
em suaves prestações
E o azul que te cerca
em breve irá virar cinzas ao léu
de salto alto e quedas intensas
Estou me matando aos poucos
seguro o peito da minha Mãe
misturo cocaína com vodka
analgésicos e ansiolíticos
sem espaços, vírgulas e pontos
sem cerimônia
sem culpa
sem pressa
da feirante e do balconista
Em devaneios curiosos
Em risadas histéricas
Pequenas interpretações do mal
Em benefício próprio
Crianças pulam no meu entorno
E a concentração se esvai
Vivo de futilidades e remédios mil
flatulências insistentes
velhas manias
tudo no seu devido lugar
Pintas no rosto
semanas separam as palavras
e idiotas me cercam em roupas mínimas
A janela em frente
não guarda segredos
corrói a alma
em suaves prestações
E o azul que te cerca
em breve irá virar cinzas ao léu
de salto alto e quedas intensas
Estou me matando aos poucos
seguro o peito da minha Mãe
misturo cocaína com vodka
analgésicos e ansiolíticos
sem espaços, vírgulas e pontos
sem cerimônia
sem culpa
sem pressa
13 de abril de 2013
30 de marzo de 2013
29 de marzo de 2013
Network - Rede de Intrigas (1976)
A movie made 30 years ago that perfectly describes the situation today about television, news, and the main stream media. It resonates louder and sounds truer today that it did when the movie was made.
By webbymarvin.
By webbymarvin.
Max Schumacher: You need me. You need me badly. Because I'm your last contact with human reality. I love you. And that painful, decaying love is the only thing between you and the shrieking nothingness you live the rest of the day.
Diana Christensen: [hesitatingly] Then, don't leave me.
Max Schumacher: It's too late, Diana. There's nothing left in you that I can live with. You're one of Howard's humanoids. If I stay with you, I'll be destroyed. Like Howard Beale was destroyed. Like Laureen Hobbs was destroyed. Like everything you and the institution of television touch is destroyed. You're television incarnate, Diana: Indifferent to suffering; insensitive to joy. All of life is reduced to the common rubble of banality. War, murder, death are all the same to you as bottles of beer. And the daily business of life is a corrupt comedy. You even shatter the sensations of time and space into split seconds and instant replays. You're madness, Diana. Virulent madness. And everything you touch dies with you. But not me. Not as long as I can feel pleasure, and pain... and love.
[Kisses her]
Max Schumacher: And it's a happy ending: Wayward husband comes to his senses, returns to his wife, with whom he has established a long and sustaining love. Heartless young woman left alone in her arctic desolation. Music up with a swell; final commercial. And here are a few scenes from next week's show.
[Picks up his suitcases and leaves]
23 de marzo de 2013
Pará. Hombre caminando por la calle (ou Dá um tempo! Homem andando na rua
Dá um tempo! Homem andando na rua (ou a vingança das mulheres).
17 de marzo de 2013
Ninguém disse
Ninguém
te disse
para aparecer
na minha
escuridão
a luz
que trouxeste
me cega
me deixa
impotente
para chorar
sai daqui
esquece
que me viste
não sou nada
e serei pior
se ficares
vai!
---------------------------------------------------------------------------------
A porta
fica atrás
de ti
por favor
não fales
nada ao sair
prefiro
não lembrar
tuas palavras
tchau!
---------------------------------------------------------------------------------
Amanheci
mais uma
vez só
ainda não sei
se continuo
vivo
ou sou
simplesmente
um ser
químico
cheirando mal.
Lembro como se fosse Ontem
Lembro como se fosse Ontem
Lembro como se fosse ontem da
prateleira cheia de livros empoeirados. E entre milhares deles, da dupla que
chamou a minha atenção. Eram 2 volumes das Tragédias de Shakespeare publicadas
pela Editora Abril. Capa dura, cor verde escura. Mas apesar de conteúdo tão
denso, eram pequenos e discretos. Em outras palavras, muito apropriados para
aquilo que tinha em mente.
Nove anos antes, furtava frutas
e legumes de um pequeno entreposto do interior gaúcho. Nunca esquecerei o olhar
de censura misturada com raiva do menino – filho do dono do entreposto – que me
olhava desconfiado mas que não tinha coragem de me acusar de ladrão-safado.
Ninguém por perto na seção de
clássicos de um sebo popular no centro de São Paulo. Era só pegar e esconder.
Um velho casaco com um bolso interno absurdamente grande seria o receptor do
meu arriscado entretenimento. Feito!
Ninguém viu, ninguém percebeu. Agora só resta sair sem demonstrar nervosismo ou
qualquer indício de canalhice. Bastava cruzar a porta e misturar-se na
multidão. Ninguém soube, ninguém saberá, pelo menos até hoje.
Desci as escadas em direção ao
banheiro masculino. Estava frio, muito frio em Porto Alegre. Sem querer
esbarrei numa faca peixeira enorme, daquelas que os gaúchos usam para cortar
carne de churrasco e são acomodadas na cintura. Era toda bonita, nova e
enfeitada. Estava lá, esquecida. E ninguém mais no banheiro. Não duvidei e
guardei-a para mim. Minutos depois, ouvi passos descendo a escada. Era um rapaz
de bigode e bombacha, perguntando se tinha visto a faca dele. Eu, adolescente
corajoso, falei que não. O bagual não se deu por satisfeito e revirou novamente
as dependências do lugar. Nada encontrado, refez a pergunta. E eu, adolescente
imberbe, falei que estava com ela. Fiquei tremendo de medo e após ouvir
impropérios e ameaças, saí do banheiro. Na mesa do restaurante, a minha
namorada aguardava com um pedaço de picanha recém saído do espeto.
Encarei a multidão. O Sebo não notou o meu furto desqualificado.
Não foi a última vez que furtei livros,
pois a minha mania de querer levar vantagem em tudo continua. É arriscado e tenebroso mas culturalmente
enriquecedor.
Suscribirse a:
Entradas (Atom)