26 de febrero de 2015

Após temporal, metrô e CPTM registram tumulto e vandalismo em SP - 25/02/15


Pra quem é de fora, parece que São Paulo ficou totalmente intransitável nesta quarta. Ledo engano, demorei o mesmo tempo no meu retorno pra casa (19 horas) enquanto lia sobre os efeitos do temporal no meu celular. 
Cadê o tumulto, cadê o caos? 
Houve sim em alguns bairros, mas como a cidade é imensa nem a chuva torrencial de hoje conseguiu bloquear ou parar todas as suas ruas e avenidas. 
É mais ou menos como o Brasil. A mídia golpista faz de tudo para derrubar Dilma com a desculpa de que o país está numa crise brutal, um caos institucional, cheio de corruptos por todos os lados, uma vergonha nacional, só tem coisa ruim. Mas cadê o caos? Cadê o dilúvio? 
Não passa de uma tormenta bafejada pela oposição raivosa em algumas capitais. 
Eles passarão, nós passarinho.

22 de febrero de 2015

17 de febrero de 2015

Whiplash (2014) - O Jazz entrando na avenida


Os dez minutos finais justificam o ingresso pago. Final apoteótico que salva qualquer terça-feira de carnaval do marasmo. Nada de fantasias, fogos, luzes, gingado ou samba enredo - deixa o jazz entrar na avenida.

Sniper Americano (American Sniper, 2014)



Eita filminho chato! Xenofobia levada ao extremo e só os milhões da indústria bélica norte-americana, que devem estar por trás do filme, para justificar o fato de estar concorrendo ao Óscar.


16 de febrero de 2015

Crazy----- Cee Lo Green Live From Daryl's House

110

Cabe a mim escrever uma peça de teatro extensa
inverter os diálogos
sair pela tangente
digitar
palavras
fazer piadas
rir das desgraças
e sexo dissimulado.

Peidos e arrotos
pululam no meu organismo
penso em deletar tudo
escrever em guardanapos
e juntar sentenças
equidistantes.

Menos melodrama
mais filigrana
vãs tentativas
de esquecer
de disser perdão
de longe
de longe
entre paredes
visto tuas roupas
sinto
releio
apalpo
e de salto alto
pulo em segundos.

Vc fala?
Estrebucha então
bate no meu rosto
me faz reagir
milhares de vezes
já disse
eu não durmo
apenas fecho os olhos
e encomendo
meus sonhos.

Aceito pedidos
mas volta pra fila
ela está na sua frente
lendo Bukowski
com uma câmera 110
de tentáculos verdes
e muita fome.





1 de febrero de 2015

Moça me atropela


Navego sim. Navego.
Entre cores escaldantes 
e temerosa água fria.
Entre areia submersa 
e gaivotas urrantes.

Entre pausas e aspas
signos diversos.
Entre avisos de perigo
boias 
e círculos flutuantes
me solto
perco o controle
perco a visão
a voz
perco.

Entre paciência 
e dádiva
persigo sua
lembrança
fossilizada
na memória
de olhares raivosos
e penas ao vento.

Surto infinito.
Perdões abafados
clemência absoluta
vísceras expostas.
Moça me atropela.
Não direi nada.
Apenas irei pedir
pela minha Mãe
entre soluços.

BIRDMAN ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)


Fazia tempo que não ficava tão excitado com um filme. 
Não só pela temática, mas pela proposta, pelo risco assumido, pela paixão envolvida. 
Estamos presos à obrigação de sermos bem sucedidos, relevantes. 
Não basta sermos importantes para a família ou para alguns poucos amigos, é preciso aparecer nas manchetes dos jornais, surgir na TV, ser citado no Face ou no Twitter.
A nossa felicidade é medida pela quantidade de comments e/ou posts que iremos ter se sumirmos do mapa, de circulação, da vida...

Riggan: Listen to me. I'm trying to do something important.
Sam: This is not important.
Riggan: It's important to me! Alright? Maybe not to you, or your cynical friends whose only ambition is to go viral. But to me... To me... this is - God. This is my career, this is my chance to do some work that actually means something.
Sam: Means something to who? You had a career before the third comic book movie, before people began to forget who was inside the bird costume. You're doing a play based on a book that was written 60 years ago, for a thousand rich old white people whose only real concern is gonna be where they go to have their cake and coffee when it's over. And let's face it, Dad, it's not for the sake of art. It's because you want to feel relevant again. Well, there's a whole world out there where people fight to be relevant every day. And you act like it doesn't even exist! Things are happening in a place that you willfully ignore, a place that has already forgotten you. I mean, who are you? You hate bloggers. You make fun of Twitter. You don't even have a Facebook page. You're the one who doesn't exist. You're doing this because you're scared to death, like the rest of us, that you don't matter. And you know what? You're right. You don't. It's not important. You're not important. Get used to it.
Sam: Dad...

Esta tarde vi llover - Fito Páez & Armando Manzanero