Pra quem é de fora, parece que São Paulo ficou totalmente intransitável nesta quarta. Ledo engano, demorei o mesmo tempo no meu retorno pra casa (19 horas) enquanto lia sobre os efeitos do temporal no meu celular.
Cadê o tumulto, cadê o caos?
Houve sim em alguns bairros, mas como a cidade é imensa nem a chuva torrencial de hoje conseguiu bloquear ou parar todas as suas ruas e avenidas.
É mais ou menos como o Brasil. A mídia golpista faz de tudo para derrubar Dilma com a desculpa de que o país está numa crise brutal, um caos institucional, cheio de corruptos por todos os lados, uma vergonha nacional, só tem coisa ruim. Mas cadê o caos? Cadê o dilúvio?
Não passa de uma tormenta bafejada pela oposição raivosa em algumas capitais.
Os dez minutos finais justificam o ingresso pago. Final apoteótico que salva qualquer terça-feira de carnaval do marasmo. Nada de fantasias, fogos, luzes, gingado ou samba enredo - deixa o jazz entrar na avenida.
Eita filminho chato! Xenofobia levada ao extremo e só os milhões da indústria bélica norte-americana, que devem estar por trás do filme, para justificar o fato de estar concorrendo ao Óscar.
Navego sim. Navego. Entre cores escaldantes e temerosa água fria. Entre areia submersa e gaivotas urrantes. Entre pausas e aspas signos diversos. Entre avisos de perigo boias e círculos flutuantes me solto perco o controle perco a visão a voz perco. Entre paciência e dádiva persigo sua lembrança fossilizada na memória de olhares raivosos e penas ao vento. Surto infinito. Perdões abafados clemência absoluta vísceras expostas. Moça me atropela. Não direi nada. Apenas irei pedir pela minha Mãe entre soluços.
Fazia tempo que não ficava tão excitado com um filme. Não só pela temática, mas pela proposta, pelo risco assumido, pela paixão envolvida. Estamos presos à obrigação de sermos bem sucedidos, relevantes. Não basta sermos importantes para a família ou para alguns poucos amigos, é preciso aparecer nas manchetes dos jornais, surgir na TV, ser citado no Face ou no Twitter. A nossa felicidade é medida pela quantidade de comments e/ou posts que iremos ter se sumirmos do mapa, de circulação, da vida...
Riggan: Listen to me. I'm trying to do something important.
Riggan: It's important to me! Alright? Maybe not to you, or your cynical friends whose only ambition is to go viral. But to me... To me... this is - God. This is my career, this is my chance to do some work that actually means something.
Sam: Means something to who? You had a career before the third comic book movie, before people began to forget who was inside the bird costume. You're doing a play based on a book that was written 60 years ago, for a thousand rich old white people whose only real concern is gonna be where they go to have their cake and coffee when it's over. And let's face it, Dad, it's not for the sake of art. It's because you want to feel relevant again. Well, there's a whole world out there where people fight to be relevant every day. And you act like it doesn't even exist! Things are happening in a place that you willfully ignore, a place that has already forgotten you. I mean, who are you? You hate bloggers. You make fun of Twitter. You don't even have a Facebook page. You're the one who doesn't exist. You're doing this because you're scared to death, like the rest of us, that you don't matter. And you know what? You're right. You don't. It's not important. You're not important. Get used to it.