30 de noviembre de 2011

28 de noviembre de 2011

Vinho Verde

Primeiro Semestre - 16:00
Quanto paguei? Sei lá. Só sei que passei pelo caixa do supermercado com belas garrafas de vinho verde português e a promessa de uma noite e tanto. 
Ela tava junto e me ajudou na escolha das bebidas.
E eu - tão ingênuo em meus vinte e pouco anos - pensei que conhecia profundamente as mulheres.
Ledo engano.


Queria te ver. Um pouco - quase nada. 
Talvez menos - bem menos.


20:00
Passei pela portaria. Subi no elevador. Toquei a campainha.
Ela me atendeu sem muito entusiasmo.
O vinho ligeiramente gelado e de gosto esquisito fez o resto.


21:00
Sentado na poltrona, observo a turma reunida.
Todos saudáveis e felizes.
Dividindo o baseado e o chimarrão.
O Vento Norte nos deixava fora de si.


22:00
Chapados e alcoolizados fomos todos em direção à boate universitária.
Era uma noite quente. Céu aberto. Ruas vazias. Tentamos cantar algo sem sucesso. Ninguém conseguia conciliar letra e melodia.


23:00
No meio da fumaça, do barulho e da energia de quem está começando a vida, eu a vi.
A guria com a qual tinha gasto todas as minhas economias, comprando o vinho verde, estava ficando com outro.
E eu - tão ingênuo em meus vinte e pouco anos - pensei que não voltaria a me apaixonar novamente.



Queria te ver. Um pouco - talvez menos. 
Bem menos - quase nada.


00:00
Da janela do meu quarto, vejo as estrelas.
Sinto que a mistura de vinho, maconha e chimarrão não me fez bem.
Sinto náuseas. 
Deito. Ligo o rádio. Tento forçar o choro. 
Começo a repetir: hoje ruim - amanhã melhor. hoje ruim - amanhã melhor. hoje ruim - amanhã melhor...



Segundo Semestre - 12:00
Uma loira na fila do ônibus, chama a minha atenção.
Olhos azuis e sorriso largo (que só as mulheres do sul sabem ter).
Dou um jeito de furar a fila e entrar logo atrás dela.
E é claro que não falei nada.
Dessa vez me contentei apenas em olhar.

Queria te ver. Quase nada - bem menos. 
Um pouco - talvez menos.

18 de noviembre de 2011

A #LinhaAmarela amarelou de novo III

A gestão incompetente do PSDB só vai tomar uma atitude decente quando tiver quebra-quebra no metrô. E se isso acontecer, logicamente, que a classe média paranóica e a mídia f-d-p vão botar a culpa nos maconheiros da USP e nos comunistas do PT. Dúvida, porque que o Procon que adora aparecer na mídia, multando empresas privadas, não faz o mesmo com o Consórcio Via Quatro? Será porque é um órgão estadual?

15 de noviembre de 2011

Amor de Cego

É deveras fascinante pensar na possibilidade de um mundo totalmente cego. Obviamente que perderíamos muito. Seria um caos, um desastre (vide Ensaio sobre a Cegueira). Não teríamos mais como aproveitar na sua plenitude o pôr do sol, mas em compensação, não seríamos também testemunhas de tanta estupidez e miséria.
Não existiriam revistas masculinas com seios à mostra e padrões de beleza siliconados. Afinal como identificar e classificar o belo se não temos como apreciá-lo visualmente?
Não haveriam estrias, rugas (talvez tivessem outros nomes). Não haveria celulite, barriguinhas (seriam apenas irregularidades da pele). Eu, por exemplo, não teria mais porque me esconder do espelho quando nu (algo que faço há anos), aliás, não haveriam espelhos.
O cabelo da moda, o nariz que nove entre dez mulheres gostariam de ter, seriam apenas frases jocosas de um passado nebuloso e arcaico.
A indústria do entretenimento, da moda, da beleza - não fariam sentido no meio de pessoas que teriam como preocupação básica 
não esbarrar um no outro.
O tato, o olfato e a audição seriam extremamente valorizados. 
E a solidariedade seria algo intrínseco, algo vital. Paralelamente, a taxa de mortalidade seria algo absurda. Não haveriam médicos cirurgiões, não haveriam drogas miraculosas. Em compensação, não teríamos o pecado da luxuria, o olhar de desprezo, uma "secada" inocente 
ou a frase ficar de olho...
Tudo isso veio à tona quando encontrei um casal de cegos fazendo compras no mercadinho. Os dois aparentemente apaixonados sem ter qualquer contato visual. Reencontrei-os no metrô. E ele meio desajeitadamente pedia licença no meio da multidão. Tomava conta dela como se fosse um cão-guia, pois parece que ele não perdeu a visão por completo. E formavam um casal bonito, em se tratando do padrão de beleza do qual somos escravos (branco, ocidental e católico). 
Enfim, os vi de novo na rua aqui perto de casa. Com um menino de aproximadamente 8 a 9 anos a guiá-los. Talvez fosse filho deles. Talvez não fosse cego (ainda). Talvez fosse feliz por não ser cego (uma tolice). Talvez estivesse a sorrir por ter os pais que tem. Cegos sim, mas por apenas não enxergar. Cegos de verdade somos nós. Cegos de alma egoísta, cheia de dor e ressentimento. Mas a vida continua...


13 de noviembre de 2011

Parafraseando Bertold Brecht #USP

Primeiro levaram os maconheiros
Mas não me importei com isso
Eu não era maconheiro.
Em seguida levaram alguns gays
Mas não me importei com isso
Eu também não era gay.
Depois prenderam o casal que fazia sexo dentro de um fusca
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável e posso pagar um motel...
...Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

12 de noviembre de 2011

Da arte de perder amigos (virtuais)

Eu e o meu terrível dom de estragar amizades por causa das besteiras que escrevo (e às vezes digo).
Deveria de haver uma lei que punisse tais atos com uma pesada multa. E que depois de paga, fôssemos sumariamente perdoados. Sem ressentimentos, sem mágoas, sem melindres.
Infelizmente não existe tal lei. E o mal-estar continua, pois toda atitude que eu tomo - para corrigir a merda que fiz - se revela no fim um verdadeiro desastre.
Uma pena. O tempo passa, a amizade esfria e o mundo nos engole. 

8 de noviembre de 2011

PM encontra coquetéis molotov na reitoria da USP

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pm-encontra-coqueteis-molotov-na-reitoria-da-usp
Essa história tá meio mal contada. Estudante da #USP é tão, mas tão burro que vai deixar os artefatos pra polícia achar fácil??? Lembra aquela história do PT envolvido no sequestro do Abílio Diniz ou da farsa da bolinha de papel do @joseserra_. Muito suspeito. 
http://www.redebrasilatual.com.br/blog/blog-na-rede/em-1989-sequestro-de-abilio-diniz-foi-relacionado-ao-pt-e-desmentido-logo-apos-eleicoes-mostra-pesquis

2 de noviembre de 2011

O Palhaço - Trailer


Chamar o circo de Esperança e localizar o filme numa época sombria da história brasileira - é uma solução fácil e canhestra até. Mas como não se emocionar com a relação pai & filho, com os rostos suados e tristes à la Sebastião Salgado, com o retorno às origens de forma concreta e simbólica, com o humor ingênuo e a risada solta...

Smack The Pony - Call Centre

Legião Urbana - Quase sem querer (ao vivo)