19 de noviembre de 2009

Do suicídio ou a queda do 18º andar

Como já disse o escritor argentino, Jorge Luis Borges, o suicídio é "la muerte por la própria mano". Lembrei de tal frase de um pequeno recorte de jornal, depois de saber da trágica notícia do pai que se atirou do 18º de um prédio aqui em São Paulo (perto da minha casa), logo depois de jogar o filho de 2 anos. Não quero entrar aqui no mérito de jugar ou prejulgar o ato em si. Não sei direito os motivos. Nem quero ser leviano ou superficial, pois não cabe a mim apurar os fatos. Queria apenas colocar em discussão o que leva alguém em plena saúde a cometer suicídio. Penso - assim como Borges - que trata-se um direito individual, afinal o corpo é meu e aquilo que faço com ele, só compete a mim. Entretanto, o suicida se esquece das consequências. Por mais isolado e solitário que possa ser, será que nuinguém irá chorar a minha morte? O meu filho, os meus pais, a namorada, o chefe, o vizinho etc não irão sentir a minha falta mesmo que entendam os meus motivos? Enfim, o suicídio é um direito meu, mas é uma atitude extremamente egoista. Quero obter a paz, sinalizar uma injustiça, denunciar um abuso, demonstrar desprezo pelo mundo, mas o sofrimento de quem sente algo por mim, não terei como controlar.