15 de julio de 2009

12 de julio de 2009

Quando Hank Moody caiu de paraquedas em Paraty

Em meio ao caos urbano, o meu escapismo preferido é imaginar situações bizarras. E uma delas foi pensar em como Hank Moody (personagem de David Duchovny em Californication) reagiria frente a tanta badalação da mídia em torno da última FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty. Pois assim como eu, Charles Bukowsky e Plínio Marcos, Hank é do tipo que detesta encontros, bienais, feiras, festivais, vernisages, concertos etc, onde haja mais de um escritor ao mesmo tempo (a não ser que tenha open bar).
E com um copo de bourbon na mão, ficará obsessivamente se perguntando, será que os leitores brasileiros ainda não aprenderam que escritor que vale a pena não vai em tais eventos? E depois de mais um gole, dirá peremptoriamente: Escritor com "E" maiúsculo vomita toda vez que vê uma mesa redonda (e se for sobre o processo de criação literária, vomita em dobro).
Tanta bajulação em torno do autor de um romance, de uma novela, de um livro de contos ou de poesias é de duvidar, segundo Mr. Moody. Afinal o livro é nada mais, nada menos que um produto. Um produto cultural dentro do nada charmoso mercado de consumo globalizado que sofre um processo de customização mercadológica, tornando-o mais apreciado, mais desejado pelo leitor. Tal um filme, uma música, um vídeo ou uma peça de teatro. E o que mais lhe enoja nesse processo todo é ver tanto incauto cair na armadilha das editoras. Incautos que ficam em filas enormes para conseguir o autógrafo do mais novo autor pop star e se entopem de livros que irremediavelmente irão parar numa estante poeirenta.
Hank sabe por vivência e experiência própria, que o escritor - talentoso ou não - é um ser perturbado, problemático, egocentrico e egoista. Daí ele tentar colocar no papel o seu falso sentimento. E ver esses pseudo-escritores falando abobrinhas e o público todo alucinado, pagando para ouvi-las, é de matar.
Mas como adora repetir o Hank, a vida é uma permanente festa idiota à qual não fomos convidados. E já que estamos por aqui, andando pelas ruas empedradas de Paraty, só nos resta acabar com todo o estoque de destilado, mesmo que seja na companhia de Chico Buarque e Guy Talese.

10 de julio de 2009

Concierto LODVG - Jueves

A música é de arrepiar. E não há como fugir ao contexto (jueves 11 de marzo - dia do atentado na estação do metrô). O pessoal do LODVG conseguiu falar de uma pequena história de amor no meio de um atentado terrível. É uma forma de homenagem, com certeza, mas será que as massas conseguirão entender tudo isso? Será que no meio de um show, depois do povão tomar todas, o pessoal inocente que morreu será lembrado como deveria? Sinceramente, tenho as minhas dúvidas.
VIVO,VIVO por você. Apesar de ter matado todos os meus sonhos, VIVO,VIVO ainda por você.

8 de julio de 2009

De Sonia Braga a Penéope Cruz = a Amante Latina não mudou nada

Como em Hollywood nada se cria e tudo se copia, provavelmente Woody Allen assistiu Sex in the City num passado recente e adorou a personagem interpretada por Sonia Braga. Na terceira ou quarta temporada, a atriz brasileira interpretou uma pintora lésbica, namorada de Kim Cattrall. Sem fugir aos estereótipos do(a) amante latino, Sonia fez uma participação marcante.
Seis anos depois, Woody Allen retoma o papel agora interpetado pela Penélope Cruz. O cabelo desgrenhado, a beleza madura, a "pasión", os trejeitos, o exagero na hora de expressar os sentimentos, o descontrole etc. Está tudo aí. Um claro sinal de que por trás da moralidade anglo-saxônica, há a fantasia secreta de dormir com um cucaracho(a).

3 de julio de 2009

Flip e o livro como produto

http://www.flip.org.br/ Não sou do tipo ingênuo que acha que o Livro é algo sagrado, que deveria de ser guardado a sete chaves depois de lido. Não. O livro é nada mais, nada menos que um mero produto de consumo dentro do atual mercado globalizado. UM produto cultural, é claro. Tal um filme, uma música, um vídeo ou uma peça de teatro.
O que me enoja nesse processo todo é ver o autor, o escritor virar um pop star.
E ver os fãs delirarem alucinadamente.
É sabido que o escritor - talentoso ou não - é um ser perturbado, problemático, egocentrico e egoista. Daí ele tentar colocar no papel o seu falso sentimento.
E ver esse povo todo falar abobrinhas e o público pagar para ouvi-las me causa vertigem.
Mas no fundo deve ser ódio.
Afinal, poderia estar em Paraty, ganhando em dólar.
E ao invés disso, estou aqui a teclar o meu PC com raiva e inveja.
Quero os holofotes e apenas ganhei uma lâmpada meia boca.
Quero a fama, a redenção e a imortalidade, mas apenas obtive mais alguns dias de vida.
O meu obscuro objeto de desejo irá continuar secreto e insensato.

2 de julio de 2009

As fotos "vazadas" na web da Scarlett Johansson.

Dúvido que alguém tenha vazado as fotos só agora de forma inocente.
Incautos aqueles que acreditam nisso.
São fotos na intimidade, sem maquiagem, mas lindas de morrer.

29 de junio de 2009

Reflexões de uma segunda à tarde

Na adolescência, a justificativa para ser tão tímido, era o fato de ter muitas espinhas no rosto.
Hoje, a desculpa é de ser gordo, velho e careca.

25 de junio de 2009

Los pájaros negros del adiós (Homenagem a Michael Jackson & Farrah Fawcett)

Pássaros negros circulam por cima da minha cabeça. E um deles - após vôo rasante - me derruba no meio do lodo, no meio da lama, no meio do nada. E agora estou aqui - entre milhares d’almas - a pensar no meu fim.