Vou dormir total e resolutamente bêbado. Acordo sóbrio. E lembranças não fazem parte do meu dicionário. Espero o dia terminar. Quero e posso beber de novo. Busco alguns trocados. Permito-me uma licença poética. Vou e termino a obra inacabada. Dou a descarga e sinto que chegou a hora. O vermelho, o velho Campari me espreita e decido tornar-me mais uma vez, dois ou talvez três seres em decomposição lenta, gradual e segura.
Liberdade para opinar, falar besteira e reclamar da vida (antigo ProviSório - como tudo que nos rodeia).
10 de junio de 2009
9 de junio de 2009
Serra e o Terror
A pressa é inimiga da perfeição.
A pressa é inimiga da perfeição.
Eis a mim como prova, dizia o meu pai, olhando fixamente nos meus olhos. Pois bem, ele tava certo, sou auto-destrutivo, masoquista até. Ao invés de ficar no meu cantinho, quieto e tiritante, busco relações ou amizades perigosas e ingratas.
Preciso apanhar e aprender. Preciso largar essa vida.
Preciso embarcar numa nau sem volta.
7 de junio de 2009
David Lynch e seu universo muito particular
Li num passado não tão recente de que há cineastas que criam o seu próprio universo particular, cineastas do tipo de um Tarkovsky, Antonioni e Lynch, entre outros. E reforcei tal premissa assistindo semana passada quase sem querer o filme Mulholland Drive (Cidades dos Sonhos - 2001) no TeleCineCult.
O clima de estranhamento, de mistério, de realidade que se revela ilusão, é de uma preciosidade equivalente a Veludo Azul (Blue Velvet - 1986). Lembro ter assistido a este último numa sessão dupla num cinema decadente da velha Barcelona. E se algum dia pensei em escrever sobre cinema, o desejo nasceu naquela noite. Que fantasia arrebatadora, que personagens bizarros, e a trilha sonora insuperável. Quem -daqueles que curtem o verdadeiro cinema - não há de lembrar da orelha decepada infestada de formigas? Quem não teve pesadelos ou ficou excitado só de lembrar a performance de Isabella Rosellini? Pois bem, tudo isso e muito mais, você pode conferir em Muholland Drive: Naomi Watts e Laura Harring às lágrimas, nuas, sofrendo e sendo feridas no universo muito particular de DL.
Mas como falar de DL sem mencionar um filme mais recente, Inland Empire (Império dos Sonhos - 2006). Se tudo aquilo que escrevi acima é basicamente uma rasgação de seda, uma tietagem explícita; imaginem a minha frustração, o meu desalento após ter visto um filme tão sorumbático e perdido no seu próprio simbolismo. Se em Veludo Azul e Mulholland Drive há vida intensa, sentimentos desesperados, em Inland há apenas a tentiva mal-sucedida de criar uma fábula moderna baseada em Alice no País das Maravilhas. Lento, inexplicávelmente lento, enfim uma perda de tempo que me fez repensar as minhas preferências.
Errar é humano e Inland foi um excesso e uma exceção. Nem sempre DL consegue nos cativar e introduzir no seu universo tão particular.
5 de junio de 2009
A mancha que não era mancha ou de como a Imprensa é patética
Sem querer desrespeitar a dor e o sofrimento dos familiares e amigos que estavam no trágico vôo 447 da Air France, MAS que a patética cobertura da imprensa, a postura ridícula das autoridades e o papelão dos especialistas são de encher de vergonha, é de fato a única certeza de todo este episódio até o momento.
Agora pouco ouvi a entrevista de um oceonógrafo sobre a origem do lixo encontrado no meio do oceano. Falta de assunto ou excesso de idiotice?
Já basta ver o bavard (falador) Jobim, falando besteira. Haja estômago.
E uma simples dúvida me atormenta, até quando o assunto irá render manchetes. Será que o afundamento de uma balsa com 500 nigerianos no meio do atlântico teria tanto interesse?
4 de junio de 2009
O CORPO QUE CAI
3 de junio de 2009
Limão amargo
Era uma vez um poema antigo. Daqueles que vc logo descarta de tão ruim. Daqueles que vc escreve num papel qualquer e fica esquecido dentro de uma agenda empoeirada e gasta de tão velha. Mas como o sol de inverno que te trai repentinamente, o poema antigo volta com força. Basta beber um pouco de rum, ouvir uma música romântica ou sentir o cheiro de um sabonete perfumado.
Ele não saiu, não fugiu, continua na tua baixa consciência, no teu âmago. Vive de delusões e falsas fantasias. E o gosto na boca vira amargo. Boca de limão amargo. Amargo como a minha vida a dois.
2 de junio de 2009
1 de junio de 2009
Avião que ia do Brasil à França some com 228 a bordo
Uma tragédia e tanto. Apenas queria me permitir usar a má notícia para exemplificar a diferença gritante entre o jornalismo tupiniquim e o jornalismo norte-americano. Enquanto o Bom Dia Brasil apresentava fotos animadas do Airbus e uma imagem fixa do trajeto do vôo, a CNN fazia uma análise das condições meteorológicas na região e, através do Google Earth, recriava em 3D o possível trajeto do avião, inclusive mostrando as ilhas Fernando de Noronha e a do Sal. Tecnologia é tudo na TV!
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