1 de noviembre de 2008

High School Musical 3 (ou como a nossa realidade é pobre e sem graça)

Lembro como se fosse ontem dos dias no meu último ano de escola. E lembro como era triste estudar numa sala de aula que não tinha vidros na janela nem carteiras decentes pra sentar. Mesmo assim, consegui superar tudo isso e agora estou a escrever sobre um filme que assisti hoje à tarde com a minha pequena filha. Filme bacana, mas tão longe da nossa realidade que me fez refletir e lembrar... A classe média norte-americana sai da escola e fica indecisa sobre ir para Juilliard ou Berkeley. Sobre Stanford ou Yale. Eu fiquei em dúvida sobre tentar uma faculdade particular meia boca ou uma universidade pública em greve permanente. E é claro que não consegui passar no vestibular desta última. Mas já disse antes que consegui superar as dificuldades, sorte minha. "Melhorei" de vida enquanto que os meus antigos colegas e amigos continuam a morar na periferia da periferia. São auxiliares de enfermagem, pintores, mecânicos, policiais, atores, balconistas, motoristas, donas de casa ou bêbados. Alguns conseguiram cursar uma faculdade, poucos a terminaram. E os filhos deles, será que terão melhor sorte? Duvido. Provavelmente, já tenham visto o filme numa sessão mais em conta e saído do cinema, sonhando com a Gabriella ou o Troy. Sonhando com o sucesso, a felicidade permanente, o amor eterno. Amor eterno que levou o Lindembergue matar a jovem Eloá, sua ex-namorada. Felicidade permanente que vem com o álcool e as drogas. Sucesso para quem sabe jogar bola ou possui um derrière enorme.