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6 de octubre de 2013

Da truculência policial

Muito se fala sobre truculência policial. Sobre o uso dos policiais como instrumento de terror e repressão do Estado. 
Mas aí me pergunto, o quê há por trás de tudo isso? O que leva um PM (ou Brigadiano) a agredir simples civis, jovens estudantes e professores? O que leva um fardado que - na sua grande maioria - deve ganhar no máximo dois salários mínimos a bater e achincalhar funcionários públicos que estão a reivindicar melhores salários e condições de vida? 
Recuso-me a pensar que todos eles obedecem apenas ordens superiores. Recuso-me a pensar que todos eles são doentes mentais, sádicos e adoradores do culto da violência pela violência. 

Dias desses fiquei a ouvir uma conversa entre policiais à paisana. 
E o papo todo resumia-se a armas de fogo, brigas homéricas com a patroa e de vagabundos que são soltos pela justiça de forma indiscriminada. É como se o mundo fosse apenas branco e preto, maus e bonzinhos, uma luta constante entre o bem e o mal. 
E se de fato, eles pensam assim (ou foram disciplinados e lobotomizados a pensarem que o Mundo é desse jeito), isso talvez explique a falta de sentimento de culpa e arrependimento. Talvez explique o orgulho de bater num idoso, de matar um suposto ladrão de galinhas com a desculpa de fazer parte do tráfico, de torturar e sentar à mesa - logo depois - para beber e jogar baralho.

A discussão é por demais complexa, envolve justiça social, corrupção das autoridades e falta de investimentos em educação, esporte e cultura. E falta - na minha opinião - um estudo sério sobre esse fenômeno. Ao invés dos nossos intelectuais tentarem descobrir o sexo dos anjos, deveriam sim, investigar os motivos da violência policial. 
Pois de entender as mazela da vida, chega-se à cura.
Charge de Carlos Latuff