20 de febrero de 2017

Bloco Bloquinho & Buchecha - 27/2/17 - Parque do Povo (São Paulo)


Quatro amigos decidem bancar um Bloquinho em São Paulo. Do próprio bolso. Organizam tudo nos mínimos detalhes. Sem patrocínio, sem caixa 2. Falhas acontecem. Qualidade do som. Poucas músicas no repertório. Primeiro ano. Mas apesar do sucesso do público, criticas pipocam nas redes sociais (lembrei da época que ajudava a organizar a Feira do Livro de Santa Maria. Muitas reclamações. Pouca gente pra carregar as caixas). Enfim, fica aqui o meu recado, próximo ano, deixa de bancar o(a) coxinha, o(a) engenheiro(a) da obra pronta e coloca - literalmente - a mão na massa.

18 de febrero de 2017

O calor de 66 dias. #Carnaval (ou de Baladas e Sonhos Impossíveis)

Como esquecer aquele verão.
Definhando num calor infernal.
Sem chuva. Sem água.
Racionamento por dias intermináveis.
Sujo. Com sede.

Eis que o Carnaval acontece.
Pierrôs e Colombinas.
Descem a avenida.
Pessoas apinhadas.
Multidão exultante.
E vc surge.
Como Arlequim desorientado.
Com plumas e paetês nos lugares errados.
De biquinho, naquele corpo imenso.

Sei. Você veio me ver.
Mas não tenho mais vontade.
Quero fugir.
Viver apenas do passado.
Me deixa. 
Esquece, o que eu falei.
O email, a mensagem de voz.
A declaração de amor.

Hoje, é sábado.
Dá pra quem vc quiser.
Apaga a luz.
E lembra que o fácil dura pouco.
A chance acontece por segundos.
E se vc se perdeu no tempo.
Problema, seu.

O Lanterna abriu meia-noite
e começa a tocar "Não Chore Mais".
Resisto. Seguro ao máximo.
Procuro por alguém.
Não encontro.
Volto.
Medito.
E penso com meu botões.

Vc poderia ter sido 
o inferno
o calor que queima
a última fagulha
antes do cinza virar tudo.

Sonhos impossíveis.
Baladas diversas.
O álcool maldito
some com os neurônios.
A alma.









Johnny Hooker - Alma Sebosa



De amores impossíveis...

#Carnaval em desespero (sete anos depois).



Pensei em me masturbar, mas acabei esquecendo. Tal o meu estado de espírito. Pensei na possibilidade de voltar ao passado e reviver o meu primeiro carnaval, mas as lembranças são vagas e misturam-se a outros carnavais, a fatos talvez apócrifos, a fantasias diversas e sonhos invertidos. Quem poderá garantir que aquele beijo proibido no Tênis Clube foi verdadeiro? Ou que a viagem a São Sebastião teve um final feliz? São tudo divagações. Enfim, o Carnaval é algo que me traz solidão por incrível que pareça. Cidade vazia, São Paulo abandonada. Sol e calor de terceiro mundo. Poesia que teima em terminar (já escrevi isso antes). Lembro de uma tentativa desesperada de encontrar os meus amigos no Carnaval de Santa Maria. Lembro de ter me vestido de branco e assistido ao desfile na Avenida Medianeira. E tomado de coragem convidei a uma colega de faculdade a sair comigo no dia seguinte. Foi ou parece que foi terrível. Bebi tanto que tiveram que me carregar até em casa. Longe muito longe. E o carnaval que passei fora do Brasil? Cadê a alegria contagiosa, o som dos tamborins? Escrevo, escrevo porque me acalma, mesmo que as palavras mintam. Mentiroso eu? Não cabe a mim julgar nem esperar perdão. Deleto tudo e apago falsas impressões.
Sim, te vi vestida como se fosse um baile dos anos 50 na tu webcam. E apesar de estar longe, teimo em dizer que me tens por perto. Um e-mail. Sim, um e-mail e ofensas diversas irão me recompor. Ver um filme na tele me trará razão. E o desespero guardado a sete chaves irá sumir na noite de sábado, domingo, segunda, terça e quarta. Quarta-feira de cinzas, alegorias e despedidas. Uma mulher me faz um sinal obsceno. Olha, me vê e foge. Embarco no primeiro avião em Campinas. E a vejo chorar por trás do vidro. Sinto pena dela e escrevo num guardanapo: Volta! Vem viver outra vez ao meu lado...

11 de febrero de 2017

The Hours - Um filme de meninas...Meninas fortes.



Laura Brown: It would be wonderful to say you regretted it. It would be easy. But what does it mean? What does it mean to regret when you have no choice? It's what you can bear. There it is. No one's going to forgive me. It was death. I chose life.

4 de febrero de 2017

Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, 2016)



Como filme de guerra é sensacional. Mas quando trata da vida do herói na Virgínia natal, o filme derrapa. Cheira a Sessão da Tarde requentado.

I, Daniel Blake (2016 Movie)



Filme que deveria ter sessão obrigatória nos cinemas da periferia. Talvez assim, a plebe, os aposentados, a classe média baixa consiga acordar do seu comodismo social (anestesia coletiva) e sair às ruas para derrubar o despotismo. E no fim, tenhamos sangue na sarjeta (como diria Mino Carta).