21 de agosto de 2016

Das Olimpíadas do Rio ao Estupro Institucional - TV Globo

Não assisto ao JN, mas quando sou obrigado a assistir, lembro do porque detesto tanto. Um jornalismo tatibitate, um jornalismo que tenta extrair poesia de qualquer notícia, do ufanismo desmedido, da falsa alegria, da descontração estudada, da estupidez globalizada. 
E por que a maioria não muda de canal? Falta de controle remoto não é. Talvez seja algo que li esses dias, de que a maioria prefere o status quo, a zona de conforto a tentar o desconhecido. É o medo de tomar decisões ou frustrar-se com o novo, de ficar perdido no meio de outras versões/opiniões. "Não, vou continuar assistindo à Globo porque se mudo de canal perigo perder  algo ou não saber de tudo". Algo parecido com aquilo que acontece com as eleições. Sabemos que o partido no poder é corrupto, mas é melhor que arriscar com uma proposta nova, líderes novos e ter de suportar a incerteza do futuro.

Sabemos que a Globo é golpista, que as Olimpíadas são negócio puro e que depois de terminada, a nossa miserável vida continuará a mesma. Mas tanto faz. Talvez daí nasça o meu desejo de que o Brasil perca 

(desde a Copa de 82 que torço contra). Na vã esperança de que com a derrota da seleção, a população se revolte e tome conta das ruas, assuma o poder e expulse a corja conservadora. Ingenuidade pura.

Enquanto isso, continuo a iludir-me e a viver no faz de conta. Sinto como se fosse uma espécie de escravo que fica exulto com as tropas romanas ganhando mais uma batalha. Vendo o povo ganhar pão e circo, tendo suas atenções desviadas com mais uma guerra e as elites continuando a locupletar-se.