31 de enero de 2016

16 de enero de 2016

Baseado em fatos irreais

Antes de começar uma nova relação era necessário terminar com a atual.
Uma questão de respeito, talvez 
(ou apenas uma forma de lidar com o outro da mesma forma que gostaria de ser tratada).
Ela - apenas uma garota de 16 anos - combinou o encontro para um local neutro. Um shopping próximo da região da Paulista.
Encontraram-se e se cumprimentaram com um beijo.
Cada um comprou um lanche diferente.
Em comum apenas, o milkshake de chocolate.
Mas a conversa - entre um gole de milkshake e um post no Whatsapp - não rolava.
Na verdade, estavam mais acostumados a lidar um com o outro de forma mais virtual, menos física.
Um relacionamento moderno.
Repentinamente, uma gritaria diferente, um barulho de tiros e bombas os tirou da letargia.
Saíram para ver o que estava acontecendo.
E do lado de fora testemunharam que se tratava de uma manifestação do MPL, sendo reprimida violentamente pela PM.
Jovens como eram, a PM os confundiu com manifestantes e vieram também atrás deles.
Saíram correndo de mãos dadas.
Correndo, fugindo.
Pularam por cima de sacos de lixo. 
Entre jovens jogados.
Mendigos assustados.
Executivos maravilhados.
Caíram e se levantaram sempre de mãos dadas.
Mas uma pedrada perdida acertou a cabeça do recém ex namorado.
Ele sangra. Ela entra em desespero.
Consegue ligar para o Pai mesmo com o caos em volta. E pede socorro.

Tempos depois, ela posta apenas uma frase no Face:
Estou sã e salva.





The Americans



Na 1ra. temporada, há um claro conflito entre os interesses familiares e a cega obediência a um regime decadente e/ou corrupto.

Uma mistura de Mr. & Mrs. Smith com Homeland.

O desafio diário, conviver com o stress de ser um espião e saber lidar com as contas do fim de mês.








Homens, Mulheres & Filhos



Somos insignificantes.

10 de enero de 2016

Spotlight (2015)



Um filme com o vigor e a força de quem quer, faz questão de denunciar algo espinhoso "duela a quien duela". 

Um jornalismo pouco visto em terras tupiniquins. Jornalismo que está mais preocupado em fazer as vontades dos patrões. 



Walter 'Robby' Robinson: We got two stories here: a story about degenerate clergy, and a story about a bunch of lawyers turning child abuse into a cottage industry. Which story do you want us to write? Because we're writing one of them.

8 de enero de 2016

2 de enero de 2016

Globo Espelhado



Diz o ditado que as pessoas bebem para tornar as outras mais interessantes. No meu caso - bem particular - bebo pra me tornar mais interessante. 
E ainda bem que a bebida existe, o álcool existe, a birita existe.
Longe de mim, entrar nessa história de mimimi. 
Não vou culpar os meus pais e a sociedade, o sistema por tudo aquilo que sou. Longe disso. Sou apenas um navegante sem beira nem eira em busca do amor perdido. Da aprovação, que busca ser aceito por todos e não consegue. Que tenta ser um astro, uma estrela, um paradigma, mas não passa de um arremedo, de uma farsa.

Capítulo II

Sem palavras para narrar o meu fracasso, fico em silêncio inaudito, simplório.
Pego frases de estranhos e as torno minhas para descobrir o meu passado, o meu futuro, o meu presente.
Vejo imagens sendo levadas em burros de carga e consigo descobrir o meu destino.
Um destino sem vozes, uma sensação de missão cumprida.

Um circunflexo na letra errada.

Vamô parar de enrolação

Voltemos à bebida.
Vodca congelada, de preferência com Coca Zero, muito gelo e uma fatia de Laranja Lima.
Sacudo a cabeça, mas as palavras não afloram.
Vejo (de novo o verbo ver).
Freiras estão no meio de caminho e passo por cima delas com uma jamanta colorida. 
Ganho 5000 pontos e uma sobrevida.
Vejo imagens que surgem do céu.
Imploro perdão. Imploro pela volta do Messias.
Pelo Deus Lono que irá transformar o mundo em algo mais decente.
Talvez somente um meteoro que vindo do nada, de um buraco negro - consiga acabar com tudo. 
E renascer do caos o que resta de mim.


Chega de mimimi  - falei lá em cima

Chega de lamentações.
Chega de ver retratos falsos.
De invadir a vida das pessoas.
De tentar ser amiguinho de desconhecidos famosos
Famosos, eu disse?
Se ser famoso é aparecer na TV , prefiro continuar bebendo.
Escrevendo quem nem o Fantástico, quer dizer, uma vez por semana.
Escrever para ninguém ler - esperando, esperando.


Capítulo Final

Não vejo mais nada.
Não sei se o copo está meio vazio ou continua meio cheio.
Só sei que me tornei um ser patético próximo dos 50 anos.
Um ser que não sabe escrever na própria língua.
Que tenta ser algo que não é.
Que repete frases para surtir mais efeito. 

Que ouve música dos anos 80 para lembrar do globo pendurado do teto, refletindo uma luz roxa que tornava tudo tão branco.
Que não tinha coragem de dançar ou convidar a menina mais feia do bairro para sair.
Uma rápida visão do passado.
A adolescência ficou dentro de mim como algo que gruda na pele, na carne e não te deixa respirar.

Labirinto de Mentiras



Parte do público aplaudiu no fim - algo raro nos cinemas de São Paulo. Mas por mais que o filme possua cenas emocionantes, um tema pra lá de espinhoso e tente ser iconoclástico, sinto um quê de Sessão da Tarde em tudo. Em resumo: Moço bonito namora moça linda e aos poucos descobrem que a história do país e dos pais não é bem aquela que contaram na escola. O filme, a história pedia um Costa-Gavras dos velhos tempos.