14 de abril de 2013

Estou me matando aos poucos...

Produto de uma cruzada histórica
da feirante e do balconista
Em devaneios curiosos
Em risadas histéricas
Pequenas interpretações do mal
Em benefício próprio 
Crianças pulam no meu entorno
E a concentração se esvai
Vivo de futilidades e remédios mil
flatulências insistentes
velhas manias
tudo no seu devido lugar 
Pintas no rosto
semanas separam as palavras
e idiotas me cercam em roupas mínimas
A janela em frente
não guarda segredos 
corrói a alma 
em suaves prestações
E o azul que te cerca
em breve irá virar cinzas ao léu
de salto alto e quedas intensas
Estou me matando aos poucos
seguro o peito da minha Mãe
misturo cocaína com vodka
analgésicos e ansiolíticos
sem espaços, vírgulas e pontos
sem cerimônia
sem culpa
sem pressa