27 de abril de 2013

Da arte de escrever cartas...


No Dia Internacional do Livro, lembrei da época que escrevia cartas. Havia toda uma preparação na escolha do papel e caneta. Da forma da letra, da lu z, da postura do corpo, da pressão da mão. Todo um contexto físico que influenciava e impunha uma certa solenidade no ato de escrever. E hoje tudo mudou. A máquina de escrever, num primeiro momento e depois a vinda do computador, eliminaram por completo todo o charme ou mise-en-scène 
da escrita pura e simples.

A vida é como um lápis

A vida é como um lápis. No inicio somos cheios de atitude & garbo para depois terminarmos encolhidos e largados em qualquer canto. Mas o que de fato importa é aquilo tudo que escrevemos e ficou registrado. Para o bem ou para o mal.

14 de abril de 2013

Estou me matando aos poucos...

Produto de uma cruzada histórica
da feirante e do balconista
Em devaneios curiosos
Em risadas histéricas
Pequenas interpretações do mal
Em benefício próprio 
Crianças pulam no meu entorno
E a concentração se esvai
Vivo de futilidades e remédios mil
flatulências insistentes
velhas manias
tudo no seu devido lugar 
Pintas no rosto
semanas separam as palavras
e idiotas me cercam em roupas mínimas
A janela em frente
não guarda segredos 
corrói a alma 
em suaves prestações
E o azul que te cerca
em breve irá virar cinzas ao léu
de salto alto e quedas intensas
Estou me matando aos poucos
seguro o peito da minha Mãe
misturo cocaína com vodka
analgésicos e ansiolíticos
sem espaços, vírgulas e pontos
sem cerimônia
sem culpa
sem pressa