30 de abril de 2010

Teatro Mágico


Rapidamente, estou na faixa dos 40 e moro em SP há mais de 20 e nunca ouvi ou soube da
existência do Teatro Mágico (e me considero relativamente bem informado).
E por uma questão de princípios não assisto à TV Globo e muito menos à novela das oito.
Logo, não vou entrar no mérito de discutir a qualidade artística do grupo e se a
apresentação no meio da novela foi relevante ou não. Vou questionar sim a proposta cultural do TM,
pois tudo indica que era uma proposta voltada para um determinado nicho.
E creio que eu que o Sr. Anitelli (criador do grupo) estava ciente dessa limitação. Quer dizer,
abrir mão de um pequeno mas consolidado reconhecimento em troca de 15 minutos de fama,
deve ter sido duro e difícil. E tomada a decisão, ele deveria de estar preparado para
as críticas que iriam surgir inevitavelmente, pois se há algo que a "burguesia" adora
fazer é cobrar coerência. Enfim, só o tempo irá dizer se foi um marco ou não aparecer
no meio de uma novela. Talvez não signifique nada, talvez seja um ponto de inflexão.
Talvez seja o fim do grupo como algo alternativo, talvez. E não será a primeira nem
última vez que gente jovem e talentosa com uma proposta independente e questionadora
é cooptada pelo sistema. E o sucesso - cedo ou tarde - irá cobrar seu devido preço.






25 de abril de 2010

Imagine by Glee


Os seriados norte-americanos sabem como causar emoções diversas. Terrific!

Antunes Filho estreia peça 'Policarpo Quaresma' em SP

Teatro para uma minoria. Uma minoria abastada, mas minoria. Uma pena que o teatro sério seja frequentado em São Paulo apenas pela alta classe média. Uma pena.
Independente do público, "Policarpo Quaresma" não me agradou como teatro. Muita interferência dos elementos coletivos e caóticos que Antunes Filho adora. Falta de drama numa peça que almeja ser uma denúncia. "Policarpo" e sua indignação, sua ingenuidade são marcantes. Mas faltou volume narrativo. Faltou mais conteúdo e menos espetáculo.

Haicai

Dia nublado / Folhas sofrem ao vento /
 Passeio postergado

19 de abril de 2010

Precious

Todo mundo falava apenas de Avatar e Guerra ao Terror. E como é sabido deu Guerra ao Terror. Mas sem querer entrar no mérito de qualidade artística, aspecto ideológico e diabo a quatro, Precious, na minha opinião,
merecia ter ganho todos os prêmios. O motivo?
Ter arregimentado um excelente elenco para contar uma história pra lá de triste, sem efeitos especiais, sem perseguições, tiros e explosões. 
O American Dream virado pelo avesso, sem concessões, sem meias palavras, o retrato do pesadelo, do inferno familiar. 

16 de abril de 2010

Livre pensar é só pensar

  • Cuidado, em SaoPaulo você periga entrar na Liberdade e sair no Carandiru.
  • Quem sobe nas Clínicas não desce necessariamente na Saúde.
  • Bloquear no Twitter é como o poeta lunático ou o jornalista melindroso, que não publica seus textos por medo das críticas. Ou que pretende limitar seus leitores apenas para não ser questionado.

Da raiva e outros sentimentos fugazes

Sou um ser movido a energia raivosa,
pois de raiva eu entendo.
Nasci frustrado, quebrado e chorando muito. Cresci levando sopapos e chutes onde não devia. Envelheci procurando um buraco pra me esconder e
desejando não ter te conhecido.
Uso e abuso da minha raiva. Esmurro portas, dou socos na parede, desconto nos cachorros da rua e escrevo por deleite.
Sim, eu tenho raiva.
Raiva de te ver tão sorridente
enquanto o mundo se acaba.

12 de abril de 2010

HBO The Pacific


Domingo 11/04/10. A HBO libera o sinal pra todo mundo assistir ao badalado The Pacific às 22 horas. As credencias são excelentes: mesmos produtores de Band of Brothers, quer dizer, Spielberg, Tom Hanks, etc.
Assisti ao primeiro capítulo e o desapontamento foi geral. Mais um filme sobre heroismo norte-americano na II Guerra Mundial, sendo que já foram produzidas coisas bem melhores. Uma pena. Sem irmos muito longe na comparação, Band of Brothers foi um ótimo seriado, porque focou apenas num grupo de homens, intercalando depoimentos pessoais e atuais, numa determinada linha do tempo. Nada de famílias, nada de mulheres. Eram eles, a guerra e nada mais.
Enquanto que The Pacific, traz uma narrativa convencional. Talvez mais preocupado com o outro lado, quer dizer, os japoneses, mas Clint Eastwood já fez ou mostrou tal preocupação em Letters from Iwo Jima.
Enfim, se você não viu ontem o seriado, não perdeu nada.

9 de abril de 2010

Deveria de ter 7 ou 8 anos. Era uma criança tímida, cheia de manias e neuroses. E num domingo nublado, a minha mãe pediu-me para acompanhá-la à nossa nova casa que estava em construção num bairro afastado do centro. Enquanto não terminavam as obras, a casa servia como uma espécie de granja ou algo parecido. Lembro que haviam patos, galinhas, porcos, tartarugas e até um pequeno macaco. E por um tempo, um pequeno bode também pernoitou por lá. Era preto com algumas manchas brancas no dorso. Simpático e muito brincalhão. Já na nova casa, a minha mãe decidiu ir à feira e como eu disse que não queria ir junto, me deixou só. Depois que ela saiu, percebi que me sentia muito bem, pois estava sozinho e se a minha mãe confiava em deixar-me assim era porque, com certeza, já era um pequeno homem.
A casa era grande e divida entre os aposentos comuns, quer dizer, sala, cozinhas e diversos quartos e o mini-zoológico. De um lado viviam os animais, do outro as pessoas. E eu ficava entre os animais apenas quando acompanhado da minha mãe. Olhava-a preparando e lhes dando comida, limpado a sujeira, varrendo a bagunça, etc, etc.
Mas naquele domingo que fiquei só, achei que poderia ficar entre os animais, sem qualquer outra companhia adulta. Abri a porta e saí pro quintal. Olhei os bichos, brinquei com eles, ri com as estripulias do porco e o acasalamento dos patos. Não imaginei que o pequeno bode começaria a me seguir por todos os lados. Do curral até o pomar, do pomar até o pardieiro. Onde fosse, o bode ia junto. Repentinamente, começou a me empurrar com a cabeça ainda sem chifres. Achei engraçado no início, mas depois comecei a ficar preocupado e com medo.
O bode não parava de me empurrar ou de tentar me acertar com a cabeça. Parecia um touro indomável a enfrentar a sua derradeira luta. Fiquei apavorado, irracionalmente apavorado. Tremia dos pés à cabeça. Fugi dele. Fui correndo até a porta mais próxima onde – depois de atravessa-la – ficaria no espaço dos humanos, são e salvo.
Mas – droga de chave – não conseguia abrir a porta. A chave estava emperrada e não conseguia gira-la nem pra direita nem pra esquerda. Enquanto isso, o bode já estava atrás de mim, enfiando a sua cabeça peluda entre as minhas calças. Comecei a gritar e pedir socorro. Comecei a chorar em desespero. Gritei, pulei, chutei e xinguei o maldito animal, mas ele continuava a me cercar e me empurrar. Minutos se passaram, mas na minha mente pareciam horas intermináveis. A minha mãe não chegava e eu cada vez mais desesperado.
Tentei mais uma vez. Girei a chave com todas as minhas forças até conseguir abrir a bendita porta. Entrei dento de casa não sem antes empurrar o bode pra fora. Bati e tranquei a porta e sentei no chão. Estava todo sujo e a minha calça toda mijada, mas ufa!!!, tinha conseguido me livrar do pérfido monstro.
Minutos depois, minha mãe chegou e vendo o meu estado me mandou pro chuveiro, ralhando comigo por ter sujado tanto as minhas roupas.
No mês seguinte, comemoramos o aniversário da minha irmã e o bode que me fez chorar, agora era uma suculenta perna de cabrito. Bom apetit!! Disseram todos. Mas eu não conseguia comer. Saí correndo e fui chorar no meu quarto. Ninguém entendeu, e só hoje tive coragem de contar.
Sou seu por inércia e me escondo por trás de uma muralha de livros...

7 de abril de 2010

Lula apela a Deus

A mídia golpista tratou com sarcasmo tal frase. Mas num país com 88% de cristãos, falar em Deus é estultice?
Por acaso, o pobre infeliz soterrado não tem direito a rezar e pedir pelo fim das chuvas, pelo resgate rápido? #chuvasrio
Cabral e Paes pedem que população fique em casa; Lula apela a Deus http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100407/not_imp534805,0.php

Metrô em São Paulo

  • Em São Paulo, vc periga entrar no Paraíso ou na Liberdade e sair no Carandiru, tome cuidado! (sobre tweet de @mbottan)
  • Nem todo mundo que entra nas Clínicas, desce na Saúde. #metro

6 de abril de 2010

A propaganda subliminar do Diário de Comércio de SP

A capa do Diário do Comércio de hoje de tão parcial e doentia, merecia um estudo de semiótica mais apurado:

4 de abril de 2010

A Ilha do Medo

Uma única palavra: decepção.

Os últimos filmes de Martin Scorsese são exagerados, melo-dramáticos e excessivos. Para quem assiste ou já viu um capítulo de CSI, Criminal Minds ou mesmo Law & Order, os truques empregados pelo diretor não funcionam mais. Tá na hora dele voltar às origens e produzir pequenos filmes, de baixo orçamento mas com paixão e estilo.