8 de septiembre de 2009

Do Twitter e suas contradições

Não irei citar o nome que ELA usa no Twitter por três motivos: 1) Serei acusado de tentar criar uma falsa polémica e assim me tornar mais conhecido, ganhando mais followers; 2) Alguém pode insinuar que tudo não passa de dor de cotovelo, rejeição ou algo parecido e que seria uma forma de chamar a atenção DELA; 3) Sei lá mil coisas (no fundo, bem lá no fundo, sou um cavalheiro à moda antiga). Mas o assunto é polémico sim. Pelo menos merece uma discussão mais elaborada, não digo profunda. E sabendo de antemão que vou ser trucidado nessa conversa, lá vai: A internet - como uma poderosa ferramenta de comunicação - não existe a contento sem total liberdade (e digo liberdade em todos os sentidos). Logo ser bloqueado no twitter por ELA sem qualquer justificativa é no mínimo contraditório. O twitter não é um orkut nem muito menos um linkedin, pois as duas funcionam à base do convite. Ser ou não ser aceito, eis a questão. Tu pode me aceitar como amigo, conhecido ou colega de trabalho ou recusar simplesmente. Ao contrário do twitter que é como um livro aberto. Te sigo (te leio) porque gosto do tweet (da leitura), das bobagens e pensamentos, etc. Aqui a questão é ter liberdade de seguir e ser seguido. Afinal não estou pedindo para ser levado na cama de ninguém. E guardada as devidas proporções, ser bloqueado no twitter é como aqueles blogueiros que censuram ou filtram teus comentários só porque são discordantes. Ou dar o poder ao jornalista de escolher seus leitores. Mas onde termina o direito de te seguir e começa o meu direito de não querer que tu me siga. E neste ponto peço ajuda aos universitários. Cabe aqui, entrementes, dar uma rápida definição: Twitter é uma rede social e servidor para microblogging que permite aos usuários que enviem e leiam atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como "tweets"), através da própria Web, por SMS e por softwares específicos... Desde sua criação em 2006 por Jack Dorsey, o Twitter ganhou extensa notabilidade e popularidade por todo mundo. Algumas vezes é descrito como o "SMS da Internet". http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter Logo, ele nasceu nos EUA que é sabidamente um país traumatizado por guerras internas e ameaças externas. Onde o medo e a paranóia andam juntas e os governos jogam com tais sentimentos para conseguir fins diversos. Sendo assim, a função de bloquear um seguidor condiz com sua origem. É puro medo, paúra até. Por outro lado, nossos irmãos do norte são especialistas, ou melhor, foram os inventores do culto moderno à personalidade e seus derivados. Estrelas de cinema, TV, top models, atletas diversos, celebrities en suma. E quem não tem talento, mas possui baixa estima em excesso, vira fã de carteirinha. E muitos virão obsessivos ao ponto de importunar e fazer ameaças. Eis mais um motivo para ter a opção de bloquear um seguidor - mais medo e paúra. Por aqui nestes tristes trópicos, as nossas celebridades já usaram desse expediente. Bloquear alguém que te ofende, te ameaça faz sentido. Mas não seria melhor não se expor? O twitter já foi acusado de ser fútil e irrelevante. E no começo não ia muito além disso mesmo. Mas nos dias de hoje, ele se tornou - na minha modesta opinião - algo que vai mudar conceitualmente a internet. Tanto que empresas já o usam para vender seus produtos, usuários trocam informações on line ou procuram emprego, as notícias são veiculadas antes dos grandes portais e movimentos políticos são combinados em massa. E quem não sabe ou não está preparado para lidar com tanta exposição, acaba se estrepando, vide o exemplo da eterna rainha dos baixinhos @xuxameneghel. Pois bem, depois de tanta delongas, podemos concluir o quê? Vale a pena ser usuário do twitter? Se expor, abrir suas intimidades, falar mal da mãe, brigar com o namorado, divulgar escritos veiculados em outras mídias, fotos, sentimentos, raiva, intolerância, preconceito, piadas, absurdos e besteiras? Se sim, devo estar ciente que posso tomar invertidas, ser solenemente ignorado ou receber críticas pesadas. Mas isso não justifica bloquear alguém. Deixemos o bom senso falar mais alto e definamos a livre e saudável convivência ser a nossa juíza. Tu não me xinga, tu não me ofende então não te bloqueio. Alguém pode argumentar que o velho e bom blog pessoal permite fazer uma análise prévia dos comentários antes de publica-los. E que o twitter por ser um microblog não tem como. Pois bem, então a minha sugestão é que não entre no twitter. O ditado popular já diz tudo, "quem está na chuva é pra se molhar".