Liberdade para opinar, falar besteira e reclamar da vida (antigo ProviSório - como tudo que nos rodeia).
30 de junio de 2009
29 de junio de 2009
Reflexões de uma segunda à tarde
27 de junio de 2009
25 de junio de 2009
Los pájaros negros del adiós (Homenagem a Michael Jackson & Farrah Fawcett)
23 de junio de 2009
Poema Suicida
Ganhei como presente de aniversário um livro do Borges chamado Sete Noites. Na hora detestei, além de ser usado, estava em português. Livro cheio de poeira e ácaros irritam a minha alergia, odeio espirrar. Agora ler Borges traduzido, sendo que poderia fazê-lo no original, é no mínimo uma ofensa. Bom, de qualquer forma "a caballo regalado no se le miran los dientes". Depois de alguns dias de sol e limpeza com álcool, comecei a lê-lo hoje com calma e sem preconceito. Pro meu prazer, vi que são várias palestras que ele deu na década de 70 em Buenos Aires. Tava lendo a primeira parte que fala de La Divina Comédia quando descobri na contracapa o seguinte poema (mantive a [falta] pontuação e formatação original):
Borges
sabes tu
o por que eu ainda
vejo o mundo
Sabes tu para que eu ainda mantenho-me
com fé em Deus
Sabes tu
o quanto sinto
eu ainda
ser o imbecil infame
Braulio Fridman
Borges
sigo em breve um
caminho sem volta
Sigo em breve um caminho
de dor profundo
no coração
Sabes tu o que é viver por
erro
Foi o poema de um suicida? Talvez sim, talvez não. By the way, não achei nenhum Braulio Fridman na internet, sendo que consta o mesmo nome na capa do livro.
10/2006
22 de junio de 2009
Gosto dela além do simples gostar
18 de junio de 2009
Noite de segunda
A "mosca", a Folha de São Paulo e o diploma de jornalista
É bom ou não pro Brasil ter jornalistas sem diploma? Não sou jornalista, mas sou da área de comunicação e acompanhei a mesma discussão na década de 80 quando a FSP fazia campanha contra o diploma. De lá pra cá alguma coisa mudou? Só sei que a internet irá acabar com os jornalões e que a campanha da “mosca” que a FSP tá veiculando na TV e rádio é patética de tão desesperada por novos assinantes.
16 de junio de 2009
Olavo de Carvalho, o cinéfilo
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de filosofia. Escreve para diversos jornais e é fundador e editor-chefe de um site chamado Mídia sem Máscara. Mas não quero me alongar no quesito biografia, pois na net há uma página dedicada a isso. Acredito que seja um filósofo conceituado, e longe de mim querer discutir filosofia ou algo parecido (logo eu que achava a Caverna de Platão um desenho animado).
O quê me trouxe aqui foi um texto que ele escreveu na última sexta com o seguinte título “Obra-prima de vigarice“. Nele, o nosso ilustre literalmente bota fogo (desculpem o trocadilho) no filme Queimada, de Gillo Pontecorvo. Faz uma análise severa e crítica e descobre que, no fundo, o dito cujo é apenas um instrumento de propaganda marxista-comunista, e dentro de um contexto mais amplo detona também com (de acordo com ele) o segundo Neo-Realismo italiano.
É sempre bom tomar conhecimento daquilo que pensam os intelectuais conservadores. Afinal, para quem não sabe ainda, o site Mídia sem Máscara seria aproximadamente a antítese do site Vermelho do PC do B. E Olavo de Carvalho está mais à direita que o próprio PFL (hoje DEM) e Cia.
Mas vamos àquilo que interessa. Li o texto sobre o filme e constatei que certos profissionais não deveriam nem tentar dar palpite fora da sua área de atuação. Com raríssimas exceções, só sai bobagem.
Queimada não é um instrumento de propaganda e muito menos uma “verdadeira aula de interpretação marxista da história”. Creio eu que assim como há paranóicos na esquerda também os há à direita. Imaginar que tudo aquilo que não reza pela cartilha do capitalismo é vigarice ou simples invencionice, é loucura total.
A obra de arte independe da sua qualidade, é produto individual e/ou coletivo que se adapta ou não às convenções da época. E se quebrar os paradigmas, melhor. E cinema é nada mais, nada menos: ilusão. Tentar defenestrar um filme por que o seu roteiro não faz qualquer sentido, seria o fim da arte, da licença poética. Hitchcock já disse tudo aqui.
Vejamos então em que se baseia o professor Olavo para caluniar o finado Gillo Pontecorvo (1919-2006). Primeiro, alega que escravos sozinhos não poderiam montar uma revolução social. Logo, o roteiro do filme é fantasioso e historicamente falho. Segundo, “destruir pelo fogo a matéria-prima, os meios de produção e a quase totalidade da mão de obra disponível” seria motivo de linchamento de quem por ventura tivesse ordenado tal ato extremo e brutal. Quer dizer, Queimada é uma “farsa idiota, postiça até o desespero, composta por um pseudo-intelectual de meia idade para a deleitação masturbatória de jovens aspirantes a pseudo-intelectuais”. E por último, faz uma apologia do capitalismo por subsidiar e aplaudir tantos filmes anticapitalistas etc e tal. Em outras palavras, o sistema é perfeito, haja visto que permite e incentiva a sua própria crítica.
Eis o erro de analisar um filme pelo viés ideológico. Você não usufrui da obra nem ela te dá prazer. Seria como falar mal do Encouraçado Potemkim por ser pura propaganda comunista e esquecer da sua fotografia, dos planos, da montagem. Seria como ir no cinema em busca dos erros de continuidade, dos furos no roteiro, da falta de verossimilhança. Queimada é um excelente filme, não por ser de esquerda, e sim por nos provocar, nos instigar a tomar partido, nos causar emoções, nos fazer rir ou chorar. Ninguém saiu do cinema e virou marxista – afinal, como outro filósofo mais conceituado já escreveu antes: “Humor não é um estado de espírito, mas uma visão de mundo”. E se Pontecorvo achou por bem ser maniqueísta e esquemático, é problema dele. Se ele leu muito Gramsci e achou correto falar mal das elites, azar do processo criativo.
Afinal, aí que redondamente se equivoca o professor Olavo: os capitalistas, os donos do poder e do dinheiro estão pouco se lixando se o filme vai falar mal deles ou não. O que importa é o retorno financeiro, o lucro. Ledo engano de quem acha que um filme, por melhor que seja, vai insuflar as massar e derrubar o sistema. O capitalismo se retro-alimenta da sua própria crítica, banaliza seus detratores e se torna mais forte e lucrativo. O professor Olavo pode dormir tranquilo, pois nenhum escravo irá perturbar seu sono. As correntes que o escravo carrega fazem barulho, mas as armas das elites falam mais alto. E tomara Deus que ele não invente de falar de um filme anterior do Gillo Pontecorvo… Ou será que A Batalha de Argel foi também uma farsa?
Originalmente publicado no site http://www.amalgama.blog.br/
15 de junio de 2009
13 de junio de 2009
Lítio
Muitos pensam que a loucura é que nem sujeira. Bastaria lavar que sai tudo. Ledo engano. É só me olhar no espelho todo dia de manhã. Uma manhã nublada e triste por natureza. Sério, muito sériooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo.
10 de junio de 2009
Vermelho (velho) Campari
Vou dormir total e resolutamente bêbado. Acordo sóbrio. E lembranças não fazem parte do meu dicionário. Espero o dia terminar. Quero e posso beber de novo. Busco alguns trocados. Permito-me uma licença poética. Vou e termino a obra inacabada. Dou a descarga e sinto que chegou a hora. O vermelho, o velho Campari me espreita e decido tornar-me mais uma vez, dois ou talvez três seres em decomposição lenta, gradual e segura.
9 de junio de 2009
Serra e o Terror
A pressa é inimiga da perfeição.
A pressa é inimiga da perfeição.
Eis a mim como prova, dizia o meu pai, olhando fixamente nos meus olhos. Pois bem, ele tava certo, sou auto-destrutivo, masoquista até. Ao invés de ficar no meu cantinho, quieto e tiritante, busco relações ou amizades perigosas e ingratas.
Preciso apanhar e aprender. Preciso largar essa vida.
Preciso embarcar numa nau sem volta.
7 de junio de 2009
David Lynch e seu universo muito particular
Li num passado não tão recente de que há cineastas que criam o seu próprio universo particular, cineastas do tipo de um Tarkovsky, Antonioni e Lynch, entre outros. E reforcei tal premissa assistindo semana passada quase sem querer o filme Mulholland Drive (Cidades dos Sonhos - 2001) no TeleCineCult.
O clima de estranhamento, de mistério, de realidade que se revela ilusão, é de uma preciosidade equivalente a Veludo Azul (Blue Velvet - 1986). Lembro ter assistido a este último numa sessão dupla num cinema decadente da velha Barcelona. E se algum dia pensei em escrever sobre cinema, o desejo nasceu naquela noite. Que fantasia arrebatadora, que personagens bizarros, e a trilha sonora insuperável. Quem -daqueles que curtem o verdadeiro cinema - não há de lembrar da orelha decepada infestada de formigas? Quem não teve pesadelos ou ficou excitado só de lembrar a performance de Isabella Rosellini? Pois bem, tudo isso e muito mais, você pode conferir em Muholland Drive: Naomi Watts e Laura Harring às lágrimas, nuas, sofrendo e sendo feridas no universo muito particular de DL.
Mas como falar de DL sem mencionar um filme mais recente, Inland Empire (Império dos Sonhos - 2006). Se tudo aquilo que escrevi acima é basicamente uma rasgação de seda, uma tietagem explícita; imaginem a minha frustração, o meu desalento após ter visto um filme tão sorumbático e perdido no seu próprio simbolismo. Se em Veludo Azul e Mulholland Drive há vida intensa, sentimentos desesperados, em Inland há apenas a tentiva mal-sucedida de criar uma fábula moderna baseada em Alice no País das Maravilhas. Lento, inexplicávelmente lento, enfim uma perda de tempo que me fez repensar as minhas preferências.
Errar é humano e Inland foi um excesso e uma exceção. Nem sempre DL consegue nos cativar e introduzir no seu universo tão particular.
5 de junio de 2009
A mancha que não era mancha ou de como a Imprensa é patética
Sem querer desrespeitar a dor e o sofrimento dos familiares e amigos que estavam no trágico vôo 447 da Air France, MAS que a patética cobertura da imprensa, a postura ridícula das autoridades e o papelão dos especialistas são de encher de vergonha, é de fato a única certeza de todo este episódio até o momento.
Agora pouco ouvi a entrevista de um oceonógrafo sobre a origem do lixo encontrado no meio do oceano. Falta de assunto ou excesso de idiotice?
Já basta ver o bavard (falador) Jobim, falando besteira. Haja estômago.
E uma simples dúvida me atormenta, até quando o assunto irá render manchetes. Será que o afundamento de uma balsa com 500 nigerianos no meio do atlântico teria tanto interesse?
4 de junio de 2009
O CORPO QUE CAI
3 de junio de 2009
Limão amargo
Era uma vez um poema antigo. Daqueles que vc logo descarta de tão ruim. Daqueles que vc escreve num papel qualquer e fica esquecido dentro de uma agenda empoeirada e gasta de tão velha. Mas como o sol de inverno que te trai repentinamente, o poema antigo volta com força. Basta beber um pouco de rum, ouvir uma música romântica ou sentir o cheiro de um sabonete perfumado.
Ele não saiu, não fugiu, continua na tua baixa consciência, no teu âmago. Vive de delusões e falsas fantasias. E o gosto na boca vira amargo. Boca de limão amargo. Amargo como a minha vida a dois.
2 de junio de 2009
1 de junio de 2009
Avião que ia do Brasil à França some com 228 a bordo
Uma tragédia e tanto. Apenas queria me permitir usar a má notícia para exemplificar a diferença gritante entre o jornalismo tupiniquim e o jornalismo norte-americano. Enquanto o Bom Dia Brasil apresentava fotos animadas do Airbus e uma imagem fixa do trajeto do vôo, a CNN fazia uma análise das condições meteorológicas na região e, através do Google Earth, recriava em 3D o possível trajeto do avião, inclusive mostrando as ilhas Fernando de Noronha e a do Sal. Tecnologia é tudo na TV!
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