25 de mayo de 2008

Senhora dos Afogados

Assisti à peça há algum tempo e na correria deixei pra falar dela com mais calma (depois de postar várias e diversas bobagens). Não há nada mais lindo que assistir a uma boa peça teatral. Desde a direção à performance dos atores, a emoção supera e muito à emoção provocada por um bom filme (é claro que sei a diferença entre um e outro, mas é uma opinião pessoal). A peça em si, não traz nada de novo. É algo minimalista e tudo gira em torno dos atores, da loucura, dos diálogos e da beleza visual. Lembro ainda das "caras e bocas" da atriz Angélica di Paula (Moema). Que esforço sobre-humano ela fez pra manter a personagem o tempo todo lá em cima. Transpira e provoca fervor, ansiedade, dor, repulsa e paixão com "P" maiúsculo. Admiro quem faz e vive de teatro. Já vi peças com no máximo 10 pessoas assistindo, e o povo todo no palco dando o máximo para ter uma boa apresentação. Uma pena que muitas vezes excelentes atores de teatro acabem se prostituindo pra fazer uma novela global. Uma pena. Entendo, mas lamento. E pra terminar apenas mais um detalhe que chamou à minha atenção. Muito já ouvi falar sobre teatro popular e entendo que seja o teatro a preços populares. Entretanto, todas as peças em cartaz na sua grande maioria não possuem preços acessíveis. Detesto isso. Uma arte que poderia ser universal fica restrita a alguns poucos felizardos. No dia que fui no SESC, o público era formado por moderninhos, universitários de classe média alta, senhoras bem vestidas, patricinhas & mauricinhos, casais aposentados com um excelente saldo bancário prontos pra sair do teatro e ir jantar no Gigetto, crianças bem alimentadas, quer dizer, a elite branca de São Paulo. Mais uma vez, uma pena.