23 de junio de 2009

Poema Suicida

Ganhei como presente de aniversário um livro do Borges chamado Sete Noites. Na hora detestei, além de ser usado, estava em português. Livro cheio de poeira e ácaros irritam a minha alergia, odeio espirrar. Agora ler Borges traduzido, sendo que poderia fazê-lo no original, é no mínimo uma ofensa. Bom, de qualquer forma "a caballo regalado no se le miran los dientes". Depois de alguns dias de sol e limpeza com álcool, comecei a lê-lo hoje com calma e sem preconceito. Pro meu prazer, vi que são várias palestras que ele deu na década de 70 em Buenos Aires. Tava lendo a primeira parte que fala de La Divina Comédia quando descobri na contracapa o seguinte poema (mantive a [falta] pontuação e formatação original): Borges sabes tu o por que eu ainda vejo o mundo Sabes tu para que eu ainda mantenho-me com fé em Deus Sabes tu o quanto sinto eu ainda ser o imbecil infame Braulio Fridman Borges sigo em breve um caminho sem volta Sigo em breve um caminho de dor profundo no coração Sabes tu o que é viver por erro Foi o poema de um suicida? Talvez sim, talvez não. By the way, não achei nenhum Braulio Fridman na internet, sendo que consta o mesmo nome na capa do livro. 10/2006